Com uma margem de lucro bem inferior da que normalmente vinha sendo praticada por mais de vinte postos de combustíveis em Apucarana, o Auto Posto Juninho, recém-instalado na cidade, está causando uma revolução no mercado local.
A gasolina é vendida a R$ 1,59 e o álcool a R$ 0,79, o novo posto passou a liderar as vendas. A reação da concorrência local foi imediata, com o lançamento de uma "campanha de conscientização" dos consumidores sobre a qualidade dos combustíveis na região.
Proprietários de quinze postos de combustíveis aderiram à campanha que, através de propaganda em jornais, alerta os proprietários de veículos. O mote da campanha é: "O barato pode sair caro".
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Apesar de garantir que a campanha de conscietização nada tem a ver com a chegada do novo concorrente, fica evidente, na propaganda, que o objetivo é combatê-lo. O empresário Valdir Brambila, proprietário de dois postos, disse que a campanha foi deflagrada após o término da CPI dos combustíveis, na Assembléia Legislativa do Estado.
Conforme argumenta o empresário, a campanha presta um serviço aos consumidores. "Nada tem a ver com o novo concorrente", assegurou.
O proprietário do Auto Posto Paraná, Edelson Bórmio, um dos coordenadores da campanha, pondera que os consumidores precisam saber o que estão comprando.
Sem citar qualquer um dos concorrentes, Bórmio diz que causa estranheza o fato de todos comprarem combustíveis da mesma origem, cotado em dólar e sob regulamentação da Petrobrás, e "surgir gente vendendo produto com preço abaixo do custo". "Tem algo errado, mas não somos nós que devemos tomar as providências, pois existem órgãos específicos para isso", afirma.
Indiferente à reação dos concorrentes, o proprietário da rede de postos Junino, Valmor Menegatti Júnior, disse à Folha que seu posto tem bandeira branca – ele pode comprar combustível de quem oferecer melhor preço. "A maioria dos concorrentes está atrelada às companhias, compram a prazo e ficam presa às condições impostas a eles", disse Menegatti.
Segundo o empresário, que é de Marialva, seus cinco postos compram e revendem uma média de 1,7 milhão de litros de gasolina, diesel e álcool ao mês. "Temos transporte próprio e compramos à vista da empresa que oferecer o melhor preço, por isso podemos praticar uma margem de lucro na faixa de 8 a 10 centavos por litro", justifica. Quanto à qualidade, Menegatti diz que seus produtos são analisados semanalmente pela Agência Nacional de Petróleo e Procon. "Se alguém duvidar está autorizado a fazer a análise diária dos combustíveis que revendemos", desafia Menegatti.