O comércio no Paraná teve queda de 3% nas vendas do primeiro semestre deste ano e a expectativa é que no segundo semestre também haja redução nas vendas, se o dólar se mantiver na cotação atual. A avaliação foi feita nesta segunda-feira pelo Sindicato dos Comerciários de Curitiba e região metropolitana (Sindicom), junto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
O Sindicom avalia que o comércio só vai conseguir melhorar o desempenho no segundo semestre se o setor vencer uma queda de braço com a indústria. ''A variação cambial já chegou à indústria, que já está a incorporando nos preços. O comércio sabe que as vendas estão em queda e que esse repasse prejudicaria mais ainda'', avaliou o economista técnico do Dieese, Cid Cordeiro. Para ele, se o dólar se mantiver na casa dos R$ 3,00, o repasse de custos da indústria será inevitável. ''O que será discutido nesse caso vai ser o percentual de repasse. O comércio deverá reduzir a margem de lucro para não haver redução ainda maior de vendas'', acrescentou.
O único segmento que teve aumento de vendas neste semestre foi o de combustíveis e lubrificantes (variação de 11,2%) e o de móveis e eletrodomésticos (0,2%). O comércio varejista teve queda de 3%; o de hipermercados, supermercados, bebidas e fumo, -7%; tecidos e vestuário, -16,3%; artigos pessoais, -0,2%; veículos e motos e peças, -10,2%. apresentou retração nas vendas deste ano no Paraná. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o diretor do Sindicom, José Milton Camargo, a variação cambial, a manutenção da crise na Argentina e a queda de 5% na renda da família paranaense (dados de abril) são os responsáveis pela queda nas vendas.
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Mesmo com retração das vendas, o nível de emprego do comércio no Paraná aumentou 2,7% no primeiro semestre. O crescimento ocorreu com maior força no Interior, por causa do aumento de renda agrícola, explicou Cordeiro. Para ele, o aumento no número de vagas também mostra um certo otimismo com a retomada do crescimento da economia brasileira.
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