A informação de que Canadá e Brasil estariam firmando um acordo bilateral para incrementar o comércio foi negada pela conselheira de Comércio da embaixada canadense no Brasil, Goldie Schermann.
Para ela, a prioridade do segundo país mais desenvolvido do continente americano é, no momento, a mesma dos Estados Unidos: fazer cumprir o cronograma de formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) já a partir de primeiro de janeiro de 2005. "Eu diria que nossa prioridade, nosso enfoque e todos os nossos pensamentos estão direcionados à Alca", afirmou.
Em entrevista à Agência Brasil, Schermann destacou que apesar da disposição do governo brasileiro em ampliar o leque de acordos bilaterais, a meta é partir mais rapidamente para a unificação hemisférica do bloco.
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"O ideal é fazer algo para unir o hemisfério, solidificar o livre comércio e proteger as comunidades de negócios das flutuações econômicas", explicou. Para Schermann, acordos bilaterais com muitas partes acabam dificultando mais as negociações dos 34 países que deverão compor a Alca.
A conselheira canadense defende também que as discussões sobre a redução dos subsídios agrícolas devem ser tratadas no fórum da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Tem temas que precisam ser discutidos em fóruns globais. Os subsídios são um desses temas", detalhou.
Apesar de reconhecer que ainda existem "nós" que dificultam o avanço nas negociações da Alca e da OMC, a diplomata canadense é otimista. Além de acreditar que o cronograma da Alca poderá ser cumprido, Schermann confia também na recuperação do comércio entre Canadá e Brasil, que apresentou uma queda nos últimos anos.
Segundo ela, mesmo com um fluxo comercial modesto, de aproximadamente US$ 1,6 bilhão entre os dois países, as apostas são de que as exportações de ambos aumentem. "No ano passado, o comércio não foi tão bom, mas acho que está crescendo agora", disse referindo-se às estimativas de que as exportações do Brasil para o Canadá poderão crescer este ano mais de 24%.