Os juros para crediário no comércio varejista podem aumentar pelo menos meio ponto no próximo semestre em função da nova alta da taxa básica (Selic) estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira. É essa a expectativa de algumas financeiras que operam com crédito direto ao consumidor no comércio varejista. Como não está descartada a hipótese de haver uma retração nas vendas no crediário, as empresas apostam na realização de promoções como meio de atrair os clientes.
Segundo o diretor adjunto da Credipar - uma das principais financeiras da região Sul para crédito direto ao consumidor -, Rudo Zappe, a empresa conseguiu manter as taxas de juros inalteradas nos últimos meses, mesmo com os constantes aumentos da taxa Selic, mas desta vez a tendência será repassar os juros.
"Nós temos duas situações. Algumas instituições financeiras já estão repassando os juros desde que a Selic começou a aumentar, em março. Outras, como nós, tentaram segurar para ver se a situação revertia, o que acabou não acontecendo", diz.
Leia mais:
Ato contra 6x1 na Paulista tem xingamento a Nikolas Ferreira e ausência da CUT e PT
Concurso para Ministério da Saúde terá 319 vagas em cargos de nível médio e superior
Prefeitura publica edital para concessão da Rodoviária de Londrina por 30 anos
Comércio de Londrina abre nesta sexta e vai fechar no dia 20 de novembro
Desde março, a taxa Selic acumulou um acréscimo de 24,6%, até chegar ao patamar atual de 19% ao ano. Na quarta, o Copom autorizou um aumento de mais 0,75 pontos percentuais, passando de 18,25% para 19%. "Nós estamos estudando o menor repasse possível para dar pouco impacto no comércio", diz Zappe, lembrando que o consumidor já está arredio em função da instabilidade do mercado, marcada pela crise mundial, crise de energia e alta de juros.
No primeiro semestre deste ano, a financeira já constatou queda de cerca de 7% nas vendas no varejo. Em alguns segmentos como os eletrodomésticos, segundo Zappe, a queda chegou a 20%.
A financeira Losango também afirma que desde janeiro continua praticando as mesmas taxas. A empresa, no entanto, ainda não definiu se desta vez repassará os juros ao comércio. Ela aguarda os impactos da alta da taxa Selic na captação de recursos no mercado financeiro para tomar uma decisão.
Mas o diretor da Credipar não acredita que um eventual repasse ocasione grande retração nas vendas. "Como a maioria das compras a crédito é de valor pequeno, o impacto com o aumento dos juros não será tão grande para o consumidor", diz. Além de linhas de crédito, as inúmeras promoções encontradas no comércio varejista, segundo ele, garantem a continuidade das vendas. Os consumidores, por outro lado, devem optar por modelos de produtos e lojas que lhes ofereçam as melhores condições de pagamento.