A Copel voltou a bater recorde de lucro no ano passado, como havia feito em 2000. Em 2001, a empresa teve R$ 475,3 milhões de lucro líquido, 10% a mais do que no ano anterior. O resultado surpreendeu a direção da Copel, que esperava um desempenho inferior por conta das crises energética, da Argentina e as ocasionadas pelo ataque terrorista de 11 de setembro.
Por conta da colaboração espontânea da população paranaense ao racionamento de energia, o mercado consumidor da Copel teve crescimento de apenas 2,3% em 2001. A empresa esperava aumento entre 5% a 5,5%. Entre os usuários residenciais, houve retração de 3,1%. Os clientes comerciais aumentaram o consumo em apenas 3%, mas o das indústrias teve alta de 6,4%.
As razões que levaram a companhia a registrar lucro foram reflexo dos aumentos tarifários de 17,3%, em junho do ano passado, o aumento na receita proveniente da rede de transmissão de energia (que aumentou 18%) e dos serviços de telecomunicações, cuja receita aumentou 55% em relação a 2000.
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A Copel também se beneficiou da resolução nº 90 da Agência Nacional de Energia Elétrica, de 18 de fevereiro deste ano, que permitiu que os custos das distribuidoras decorrentes de custos não gerenciáveis (como variação cambial) entre janeiro e outubro de 2001 fossem computadas como receita a realizar, e não como despesa.
Segundo o diretor de Finanças e de Relações com o Investidor da Copel, Ricardo Portugal Alves, o resultado superou as expectativas. Segundo ele, a dívida da companhia, de R$ 1,44 bilhão em 2001, está bem baixo, já que representa apenas 28,6% do patrimônio líquido de R$ 4,8 bilhões. O lote de mil ações fechou o ano ao valor de R$ 1,73.
Segundo a assessoria de imprensa da Copel, o desempenho financeiro da companhia não foi prejudicado pela tentativa de privatização do governo estadual porque a relação com o mercado sempre foi transparente. O governador Jaime Lerner cancelou o proceso de venda em 30 de janeiro deste ano, depois de ter oferecido a empresa em leilão duas vezes, sem que houvesse interessados, e de ter enfrentado uma batalha judicial contra a venda.