Desde o início de 2009, o real se valorizou 31,44% em relação ao dólar, o maior índice entre oito moedas comparadas pela consultoria Economatica.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira (1º) comparou o desempenho das moedas de sete países latino-americanos (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México) e do euro.
Em 4 de janeiro, o dólar estava cotado a R$ 2,27. Na manhã desta quinta-feira, a moeda era negociada a R$ 1,77.
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Segundo a Economatica, o peso chileno apresentou a segunda maior valorização no período, de 17,01%. Entre as oito moedas analisadas, o peso argentino foi a única a apresentar desvalorização nos primeiros nove meses do ano, de 9,87%.
Quando comparado o desempenho no terceiro trimestre do ano, o real foi a segunda moeda mais valorizada, com 9,76%, atrás do peso colombiano, que apresentou valorização de 12,31% no período.
As moedas da Argentina, do México e do Chile fecharam o terceiro trimestre com desvalorização perante o dólar.
Recuperação
"Esse desempenho demonstra que os investidores estão vendo o Brasil com bons olhos", diz o economista André Sacconato, da Tendências Consultoria. "Essa valorização não foi via títulos ou juros, foi via investimentos diretos", acrescenta.
O economista afirma que a trajetória de valorização do real mostra que o Brasil está se recuperando bem da crise econômica mundial. No ano passado, no auge da crise, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 2,50.
Sacconato diz que esse movimento mostra também que o dólar está perdendo força no mundo, em decorrência de fatores como a grande liquidez resultante dos pacotes de estímulo à economia em vários países e dos juros baixos nos Estados Unidos.
A Economatica afirma que a valorização do real "deverá trazer benefícios nos resultados das empresas listadas em bolsa que tiverem suas dívidas atreladas à moeda americana".
Segundo a consultoria, o benefício "será refletido na diminuição do estoque das dívidas quando convertidas a reais".
A oscilação do câmbio também afeta diretamente as empresas que atuam no mercado internacional.
O economista da Tendências diz que a valorização do real é positiva para empresas importadoras, que têm seus custos calculados em dólar, e deverá ter reflexo na modernização do parque industrial brasileiro.
Para as exportadoras, porém, que têm receita em moeda estrangeira, a valorização do real tem impactos negativos.