Novo estudo processado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), tomando por base dados preliminares de pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE), revelou que Curitiba e região metropolitana apresentaram redução de 12% no índice de pobreza, no ano passado com relação a 1999. Com isso, Curitiba e região estão em primeiro lugar entre as sete capitais brasileiras que apresentaram redução no índice de probreza.
A afirmação é do chefe do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia, braço da FGV, Marcelo Neri. Ele esteve ontem no Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE/FGV), em Curitiba, ministrando palestra sobre as alterações de "O Mapa do Fim da Fome", divulgado há dois meses pela FGV.
Segundo "O Mapa da Pobreza", de 1997 a 1999, o número de indigentes na Grande Curitiba era o maior do País: a pobreza tinha aumentado em torno de 16%. "Isso aconteceu porque as crises de câmbio, além das crises russa e asiática, afetaram a economia do País. Com isso, houve redução de emprego e salário", justificou Neri. Este estudo teve por base dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) entre 1996 e 1999, além de informações do Censo 2000. Em junho, a pesquisa constatou que 464,5 mil pessoas viviam abaixo do índice de miséria na periferia da Capital.
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"Entretanto, a atualização dos dados mostra que na região de Curitiba houve a maior redução no número de miseráveis do Brasil. A constatação foi feita pela tabulação dos resultados obtidos através de entrevistas com 144 mil pessoas naquele ano pelo IBGE", explicou Neri.
Segundo ele, a mudança radical nos índices é decorrente da retomada econômica brasileira no ano passado. "Houve maior oportunidades de empregos. Além disso, o curitibano teve grande capacidade de aproveitar esta retomada econômica", garantiu. Pelo novo estudo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife, nesta ordem, também apresentaram índices de redução da pobreza.
O economista explicou que pela pesquisa, foram considerados miseráveis aqueles que possuem renda per capita inferior a R$ 80,00 mensais. "Quantia mínima estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que uma pessoa tenha condições de comprar os alimentos necessários para a subsistência", afirmou.
Neri disse que seria necessário que o governo disponibilizasse, em média, R$ 10,36 por mês por brasileiro para erradicar a miséria. Ele propôs a redução da pobreza através da adoção de metas sociais pelo governo. "Coisas simples como garantir educação e saúde para os pobres são alternativas que melhoram as condições de vida", concluiu.