O Ministério da Educação autorizou a abertura de 501 cursos superiores de tecnologia em 2004, ano em que reconheceu outros 133 que estavam funcionando. Isso significa que as autorizações para cursos de formação de tecnólogos quadruplicaram no Brasil, sem falar em outros três mil oferecidos por universidades, centros federais de educação tecnológica e centros universitários que não precisam de autorização do MEC.
Em 2004, o ministro da Educação, Tarso Genro, homologou parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC) que permite a escolas agrotécnicas federais abrir cursos superiores. Contudo, as autorizações têm caráter experimental. Comissões da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) fazem visita preliminar às escolas. Caso as instituições comprovem capacidade, são autorizadas a oferecer o curso.
Diferença - Os cursos superiores de tecnologia se diferenciam dos bacharelados por oferecerem educação profissional e terem duração menor - em média, três anos. "São cursos superiores que conseguem aliar os conhecimentos científicos a um intenso exercício da prática", explicou Andréa de Faria Barros Andrade, coordenadora-geral de educação profissional e tecnológica da Setec.
Andréa aponta como principais motivos da expansão desses cursos o fato de estarem muito próximos do mercado de trabalho e de refletirem as características das regiões onde estão inseridos. Ela cita como exemplos o de viticultura e enologia, em Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul), o de alimentos, em Chapecó (Santa Catarina), e o de produção moveleira, em Votuporanga (São Paulo).
"Desde a sua denominação, eles tentam mostrar a que demanda estão vinculados. Acompanham a tendência mundial", observou Andréa. Ela lembra que os centros federais de educação tecnológica (Cefets), por exemplo, têm autonomia para abrir cursos de tecnólogos quando identificam a demanda e dispõem de laboratórios e professores. As escolas agrotécnicas federais, no entanto, não podiam ofertar cursos superiores.
Depois da autorização do ministro Tarso Genro, surgiram importantes cursos em regiões produtoras, como Iguatu (Ceará), que agora tem o curso superior de irrigação e drenagem, e Salinas (Minas Gerais), com o de produção de cachaça.
Fonte: MEC