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Delegados aprovam por unanimidade proposta de medida judicial contra o Estado

Luciana Pombo - Folha do Paraná
10 nov 2000 às 12:58

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Os delegados de polícia do Paraná estão aguardando a reforma do secretariado para iniciar uma série de negociações com o governo do Estado. Eles querem garantir a implantação do auxílio-moradia nos vencimentos dos 531 delegados que atuam em distritos e delegacias de Curitiba e interior. O auxílio moradia já foi concedido no Paraná para autoridades dos tribunais de Justiça e de Contas há cerca de quatro meses. "É o princípio da isonomia entre os três poderes", defendeu o delegado João Ricardo Képes Noronha, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol).

Na assembléia extraordinária realizada anteontem, na sede da Adepol, em Curitiba, os delegados de polícia aprovaram por unanimidade a proposta de entrar com uma medida judicial contra o Estado para conseguir o pagamento do benefício, estimado entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. "Antes vamos esgotar todas as negociações na esfera administrativa. Só aguardamos a reforma do secretariado para marcarmos reuniões com o novo chefe da Casa Civil", disse Noronha, em entrevista ontem à Folha.

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As primeiras discussões sobre o tema iniciaram no dia 11 de agosto, quando os delegados foram atendidos no gabinete da presidência da Assembléia Legislativa. "Estamos tentando intermediar as reivindicações da classe", declarou o deputado Nelson Justus (PTB), presidente da Casa. Um levatamento salarial feito pela reportagem da Folha revelou que os salários dos delegados de polícia no Paraná podem variar entre R$ 2,2 mil e R$ 15 mil. Mas dificilmente são inferiores a R$ 6 mil, por causa das gratificações incorporadas nos salários, promoções por mérito, tempo de serviço e cargos adicionais.

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Na ocasião, o ex-secretário da Fazenda, Giovani Gionédis, garantiu que o governo não terá como conceder o auxílio-moradia para os delegados ou para qualquer outra categoria sob pena de ser responsabilizado criminalmente. "A lei é clara. Não há condições técnicas ou legais para isso", afirmou ele. Ontem, o secretário José Tavares - que responde pela pasta da Segurança Pública - disse que ainda não fez um estudo para avaliar se a reivindicação da categoria é justa. Mas admitiu que o impacto do pagamento do benefício na folha de pagamento seria grande.


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