Desde junho deste ano, Laerte Codonho, dono da marca de refrigerantes Dolly - com sede em São Paulo -, vem realizando uma cruzada para reunir provas de que a Coca-Cola teria agido deliberadamente para tirar a empresa brasileira dele do mercado. "Vindo à tona tudo isso, só nos ajuda, me tranqüiliza porque se alguma coisa acontecer comigo ou com alguém da minha família, está claro que isso é obra da Coca-Cola", afirmou Codonho.
Ele esteve reunido hoje com o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg. Depois do encontro, o empresário contou que, em 15 dias, vai apresentar todas as provas à secretaria que confirmam a sua denúncia para que seja possível abrir um processo administrativo.
"Vamos entregar provas que apontam que a Coca-Cola tentou tirar as empresas menores do mercado e a Dolly é a principal. E que eles realmente não pouparam nenhum tipo de intriga, de pressão em cima de clientes e fornecedores para que a Dolly saísse do mercado", disse.
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Durante reunião realizada hoje, o dono da marca Dolly apresentou ao secretário uma lista de fornecedores dispostos a testemunhar contra a Coca-Cola. Segundo Codonho, os fornecedores foram obrigados, pela Coca-Cola, a paralisar fornecimento para Dolly para que ela não pudesse atender seus clientes e que as empresas que não fornecessem para Dolly seriam recompensadas pela Coca-Cola com paralisia de pressão.
Codonho promete entregar ainda fitas de vídeo que comprovam as denúncias. Uma delas contém a gravação de conversas entre Codonho e Luís Eduardo Capistrano do Amaral, ex-diretor de compras e estratégia da Spal-Panamco (maior engarrafadora da Coca no Brasil, recém-adquirida pela mexicana Femsa).
Na gravação, Capistrano disse que tinha a missão de tirar a Dolly do mercado. Um dos primeiros artifícios para isso, segundo Codonha, foi o envio de um e-mail fraudulento afirmando que a Dolly fazia mal à saúde e que esta mensagem foi colocada ainda em hospitais, pontos de venda, postos de saúde e academias de ginástica.
Nenhum representante da Coca-Cola quis se pronunciar sobre o tema. No entretanto, a empresa divulgou nota oficial em que trata do caso. "O Sr. Luiz Eduardo Capistrano do Amaral, que figura como fonte de informações e que trabalhou na Spal/Panamco até Dezembro de 2000, prestou depoimento no Terceiro Distrito Policial de Diadema/SP e não confirmou as acusações". Em outro trecho da nota nega ter disseminado informações contra o refrigerante brasileiro.
Fonte: Agência Brasil (ABr)