O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis) deu início nesta semana a uma campanha que pretende informar os clientes de postos sobre o ''preço real'' da gasolina e do álcool.
Segundo representantes da entidade, somente os gastos com impostos estaduais e federais representam 47% do preço final.
A campanha ainda será lançada oficialmente na segunda-feira, mas alguns postos do Estado já estão colocando à mostra banners e cartazes com o valor do preço referente do um litro de combustível decomposto em centavos e em percentuais.
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O empresário Marcos Antonio Surian, 37 anos, foi um dos primeiros a expor aos clientes o quanto estaria gastando para adquirir o combustível.
''Basta verificar que 47% do valor é de impostos estaduais e federais. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é cobrado sobre um valor-base de R$ 2,26 enquanto nós vendemos a gasolina a R$ 2,09'', criticou Surian, enquanto apresentava notas fiscais sobre o produto adquirido.
Questionado sobre as variações de preço entre cidades próximas e sobre as denúncias de cartel, o empresário resumiu apenas que ''há pessoas desonestas no ramo como em qualquer outro setor''.
''Assim como me apresentei à Justiça quando fui intimado, eu estou participando da campanha porque não tenho nada a esconder'', afirmou Surian, que chegou a ser preso sob suspeita de crime contra a ordem econômica (formação de cartel) no início do mês passado. Ele e outros nove empresários conseguiram habeas corpus da Justiça.
Os cartazes apresentam o preço do litro de gasolina que sai da produção, impostos, custos de frete e armazenagem, valor de revenda e até mesmo a taxa das operadoras de cartões de crédito.
Roberto Fregonese, presidente do Sindicombustíveis, revelou que o litro da gasolina sai por R$ 1,6921 na refinaria, sem considerar o frete e as margens das distribuidoras e revendedores.
''Desse total, R$ O,73 é referente ao ICMS e R$ 0,54 é para pagamento da Cide (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico), uma taxa do governo federal'', reclamou.
A intenção do sindicato é ampliar a campanha, expondo os valores médios em outdoors e até mesmo em comerciais de televisão.
De acordo com Fregonese, a campanha tem o objetivo de esclarecer o consumidor sobre todos os responsáveis pelo preço.
''Somos só a ponta da cadeia. Mas como o consumidor não conhece o resto, ataca quem está mais próximo'', afirmou.
Segundo informações passadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina em Londrina é R$ 2,09, variando entre R$ 2,07 e R$ 2,19.