Um dia depois da empresa espanhola Endesa anunciar que não tem mais interesse em comprar a Companhia Paranaense de Energia (Copel), agora foi a vez da norte-americana AES recuar. A diretoria da empresa fez um comunicado pela manhã dizendo que não teria mais interesse em participar do leilão, que está marcado para 31 de outubro, na bolsa de Valores do Rio de Janeiro. A empresa não divulgou o motivo que a fez desistir. Informações extra-oficiais eram de que a alemã RWE também teria desistido, mas não houve confirmação.
A AES é a maior companhia global do setor de geração e distribuição de energia elétrica e por isso era considera uma das potenciais compradoras da Copel. Ela possui negócios em 28 países e tem em andamento outros investimentos em 40 países. Seu capital avaliado em US$ 35 bilhões.
No Brasil, a AES já participou de dois processos de privatização, mas há três anos está sem adquirir novas estatais brasileiras. Ela comprou em 1998 a Eletropaulo e a Cesp/Tietê, em São Paulo, e em 97 arrematou a Companhia Centro-Oeste de Distribuição de Energia Elétrica (da CEEE), no Rio Grande do Sul.
Leia mais:
Frigoríficos brasileiros retomam vendas ao Carrefour
Donos de postos no Paraná alegam ter levado calote de R$ 80,5 milhões
Mega-Sena acumulada sorteia R$ 55 milhões nesta terça-feira
Agrônomos de Londrina debatem tecnologias voltadas à segunda safra
A desistência da AES ainda não está sendo contabilizada pelo governo do Estado, apesar de já ser confirmada pela empresa. A assessoria da AES informou que a companhia está mesmo fora do processo. Com a AES as maiores empresas do setor de energia no mundo já manifestaram o desinteresse em comprar a Copel. A francesa EDF foi a primeira a desistir no mês passado.
Os coordenadores do processo de privatização da Copel e os responsáveis pelo 'data room' (sala de dados sobre a companhia) aguardam um comunicado oficial sobre a AES e também sobre a Endesa. "O fato de elas visitarem o data room não significa que haja um compromisso de participar do leilão", justificou o secretário da Fazenda e presidente da Copel, Ingo Hubert.
Ainda estão no páreo as empresas Hydro Quebec (Canadá), a Tractbel (Bélgica), as norte-americanas NRG e Duke Energie, a RWE (Alemanha) e a Enel Power (Itália).
O governo do Estado venderá 58,6% que tem no capital votante da empresa, mais 26,4% das ações que estão com o BNDESPar e até 15% que estão com os minoritários e são alvo de oferta pública para recompra. O preço mínimo para o leilão da Copel é de R$ 4,324 bilhões.