Os sindicatos e federações que defendem os interesses dos metalúrgicos pretendem iniciar uma campanha nacional e querem mobilizar até entidades estrangeiras para discutir a atuação das montadoras no País, nos últimos anos. A intenção é pegar o exemplo da Chrysler, que anunciou o fim da produção das picapes Dakota em Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba) e o fechamento de cinco fábricas em todo o mundo. O primeiro protesto nesse sentido ocorrerá hoje pela manhã em frente à fábrica da Chrysler.
A Federação Nacional dos Metalúrgicos e representantes da Força Sindical de Curitiba e de São Paulo tentarão mobilizar os empregados da montadora. A manifestação irá contar com o reforço de sindicalistas da região do ABC paulista. Eles pretendem se concentrar em frente ao portão da fábrica e depois seguir em passeata até o centro de Campo Largo.
"Temos de colocar em xeque a posição das montadoras. Elas chegam aqui, recebem um monte de incentivos tributários, ganham terreno e amanhã vão embora, sem mais nem menos", afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves. Sindicalista de São Paulo, ele está desde ontem em Curitiba para colaborar com a manifestação. Gonçalves avaliou que é necessário iniciar um movimento para cobrar responsabilidade social das empresas do setor.
Leia mais:
Saiba quais doenças dão direito à isenção do Imposto de Renda
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000 só ocorrerá com condições fiscais, dizem Lira e Pacheco
Com reforma do governo, estados e municípios perderão até 80% de IR retido na fonte
Pacote de corte de gastos prevê economia de R$ 327 bi em cinco anos
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, tem agendada para hoje uma reunião com o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, para discutir o pagamento do FGTS relativo aos planos Collor e Verão. O sindicalista pretende incluir na pauta o questionamento da postura das montadoras no País.
Gonçalves afirmou que a Federação Nacional dos Metalúrgicos vai procurar ainda a Federação Internacional dos Metalúrgicos para discutir a ação das montadoras. Apenas no Paraná, além do caso Chrysler, há a Volkswagen/Audi que demitiu 350 funcionários em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), além dos salários mais baixos em relação a outros países e a carga horária maior.
Os países desenvolvidos, no entanto, também sofrem a ação globalizada das montadoras. A Renault fechou sua fábrica na Bélgica para instalar a primeira indústria no Brasil, localizada em São José dos Pinhais e inaugurada em 1998. Junto com a fábrica, vieram dezenas de engenheiros e executivos da empresa que foram acomodados nas novas instalações.