O juiz Nivaldo Brunoni, da Justiça Federal de Paranaguá, condenou a sete anos e nove meses de prisão em regime fechado, o ex-diretor da Vara do Trabalho do município, Miguel Krug Filho. Ele foi julgado pelo crime de peculato, sob acusação de ter se apropriado R$ 4,3 milhões dos valores que eram depositados em contas judiciais de ações trabalhistas.
Krug chegou a ser preso no último dia 6 de novembro, mas quatro dias após ele conseguiu habeas corpus, no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, que lhe garantiu o direito provisório de apelar em liberdade.
A apelação da sentença terá de ser feita no próprio TRF num prazo de 15 dias. A liberdade de Krug, no entanto, pode ser cassada quando a 1ª Turma do Tribunal julgar o habeas corpus. A Folha não conseguiu localizar Krug nem os advogados que o defendem para checar se o recurso já deu entrada.
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Afastado de seu trabalho há dois anos, Miguel Krug Filho foi denunciado pelo Ministério Público Federal por apropriação indébita. Ele teria desviado dinheiro no período entre 1994 e 1998, quando ocupou o cargo de diretor de secretaria da então Junta de Conciliação e Julgamento de Paranaguá (hoje denominada de Vara do Trabalho).
Segundo entendimento do Ministério Público e da Justiça Federal, Krug falsificava assinaturas de juízes do trabalho ou utilizava carimbo ""original assinado"" para sacar o dinheiro depositado nas contas judiciais. O processo diz que ele transferia os valores para sua conta bancária.
Após instauração de sindicância e processo administrativo disciplinar, o TRT demitiu o funcionário. Nesta época ele se defendeu, alegando que devolveu o dinheiro. Mas ele só conseguiu provar a devolução de três saques.
Além da condenação de pena em regime fechado, o juiz Brunoni decretou a prisão preventiva do réu. Ele considerou as consequências do crime ""gravíssimas, não só pelo montante do dano, como também pelo desgaste que provocou na Justiça do Trabalho de Paranaguá. É preciso dar uma resposta à sociedade, a fim de que a Justiça resgate integralmente a sua credibilidade"", afirmou o juiz.