Em uma matéria publicada nesta quarta-feira, o Financial Times, o maior jornal econômico dos Estados Unidos, comenta a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a líderes do Oriente Médio como uma forma de "questionar a postura dos Estados Unidos".
O jornal diz, no primeiro parágrafo do texto, que a visita de Lula, de cunho comercial, pode, na verdade, "causar danos às boas relações do Brasil com Washington".
O fator mais negativo, aos olhos do jornal americano, é o encontro do presidente com o líder líbio Muammar Kadafi, inimigo declarado dos Estados Unidos acusado de financiar e acobertar terroristas islâmicos, inclusive os que explodiram um avião com passageiros americanos – evento que motivou um longo embargo comercial ao país.
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"A passagem de Lula pelo Oriente Médio, a exemplo de sua recente visita a Cuba, também possui conotação política", defende o jornal, citando a seguinte frase do presidente brasileiro: "Por muitos anos o Brasil não pôde sequer conversar com a Líbia porque os americanos não gostavam dos libaneses".
O repórter ouve Marco Antônio Marconini, diretor-executivo do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), um centro de estudos sediado no Rio de Janeiro e vinculado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Marconini, Lula corre o risco de ir longe demais e entrar em conflito com o seu maior parceiro comercial.
Outro ponto da viagem que não agrada à direita norte-americana é o encontro do presidente com o primeiro-ministro palestino, Ahmed Qurei, na cidade do Cairo, em 9 de dezembro "No Brasil, a comunidade judaica tão cortejada por Lula durante a campanha eleitoral de 2002 acompanhará atentamente seu encontro com Qurei", avalia o periódico.