O Governo já tem uma nova meta para as exportações deste ano, mas prefere aguardar um momento mais oportuno para anunciá-la. A informação foi dada, na terça-feira, pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, quando fez uma exposição sobre as prioridades da sua pasta.
O ministro disse que tem "convicção que a meta para as exportações será revista para um percentual mais agressivo". Mas observou que o possível alongamento do conflito no Iraque pode afetar os mercados consumidores e por isso está aguardando, embora já tenha delimitada uma meta mais ambiciosa. Ele acrescentou que essa cautela foi compartilhada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com colegas de Ministério.
Na avaliação de Furlan, esses 13 dias de guerra não causaram nenhum impacto na balança comercial. "Ainda não captamos nenhum efeito negativo", afirmou. Observou apenas que o aumento de 61% nas exportações de gasolina, em março, para os Estados Unidos, pode ter algum efeito do conflito.
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Durante a audiência pública, o ministro reiterou que a meta para as exportações, em 2003, é de no mínimo mais 10% em relação ao ano anterior. Observou que esse incremento representa US$ 6 bilhões, mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e pelo menos a criação de 400 mil empregos.
Furlan informou que no primeiro trimestre deste ano as exportações cresceram acima de 20%, se comparadas com igual período de 2002, principalmente para os chamados terceiros mercados como China, Índia, América do Sul e países árabes. Ele destacou a elevação superior a 40% nas vendas para a China, ocorridas de janeiro até o final de março.
Segundo o ministro, uma das prioridades da sua área é a difusão da cultura exportadora para aumentar o número de empresas e de novos produtos para venda externa. Ele destacou que apenas 100 empresas brasileiras são responsáveis por mais de 50% das exportações. Disse também que 20 produtos representam mais de 50% da pauta exportadora.
O ministro enfatizou a necessidade de agregar valor e reduzir a carga tributária nas exportações. Acrescentou que estudos comprovam que desonerando a produção apenas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) o país teria o retorno já em 18 meses.