Os aumentos sucessivos no preço da gasolina e dos preços das tarifas públicas estão pressionando a inflação. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísta e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), no mês de março a variação mensal dos preços monitorados e administrados atingiu 2,10%, contra uma inflação de 0,60%, índice considerado alto que surpreendeu a todos. Para abril, o comportamento da inflação em alta deve se repetir, previu Cid Cordeiro, coordenador do Dieese.
No acumulado de janeiro a março deste ano, a variação dos preços das tarifas atingiu 2,43%, contra um acumulado da inflação de 1,49%. Nos últimos 12 meses, a variação dos preços administrados atingiu 14,60%, contra uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor de 9,72%.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros (Senge), Carlos Roberto Bittencourt, criticou o método de cálculo da Petrobras para formulação do preço dos combustíveis. ''Está na hora da sociedade pressionar para mudar essa metodologia que pode provocar instabilidade na economia'', observou. Segundo ele, desde o início do ano quando a Petrobrás anunciou a nova sistemática para o cálculo no preço da gasolina, ele vinha alertando para a armadilha que estava sendo preparada pelo governo.
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''Houve uma queda de 9% para o consumidor no preço da gasolina, mas esse recuo já foi recuperado em pouco tempo'', lembrou. Em Curitiba, a média de preço da gasolina saltou de R$ 1,54 o litro em março para R$ 1,70 o litro, em abril. Curitiba está em 11º lugar no ranking das capitais com preços de combustíveis mais elevados, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo.
O consumidor está sentindo o peso desses reajustes no orçamento. De acordo com Cordeiro, as famílias estão com menos renda para adquirir outros íntens de consumo. Também o gás de cozinha está pesando no orçamento das famílias de baixa renda. O preço do botijão de 13 quilos do gás de cozinha, passou de R$ 25,06 em março para R$ 27,98 em abril. Esse valor tem um peso de 1,42% no orçamento doméstico das famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos.
A preocupação dos sindicatos de trabalhadores, segundo Bittencourt, é com o repasse do aumento dos combustíveis para o transporte coletivo. Em Curitiba, esse reajuste tem um peso maior no bolso do trabalhador porque eles consideram o valor da passagem, de R$ 1,35, muito elevado.