O governador Jaime Lerner anunciou nesta sexta-feira que o Governo do Estado irá desistir do processo de privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel). O governador alegou que a decisão foi tomada em função das mudanças determinadas pelo governo federal nas regras da política energética do país.
A principal mudança anunciada pelo governo federal é a que adia por tempo indeterminado a abertura total do mercado para empresas privadas de energia. "Se isso ocorresse em 2003, como estava previsto no plano original do governo federal, a nossa Copel teria dificuldades para competir com outras empresas privadas no fornecimento de energia elétrica", lembrou o governador.
Antes de perder a guerra para a venda da Copel, o governo estadual havia ganho algumas batalhas contra partidos e lideranças que se opunham à privatização. A principal vitória do governador Jaime Lerner, mesmo que bastante tumultuada, foi no início de agosto de 2001, com a derrubada do projeto de iniciativa popular que pedia a revogação da lei que autorizou a venda da companhia.
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Apesar do anúncio da desistência da venda da Copel, o governo do Estado corre contra o tempo e já iniciou as negociações com o Banco Itaú para o resgate das ações da Copel que estão caucionadas junto ao banco, como garantia pela compra de títulos podres no mercado. O resgate das ações tem que ser feito em março e o governo pretendia pagar o débito, avaliado em torno de R$ 600 milhões, com parte dos recursos que seriam arrecadados com a venda da Copel.
Como o processo de privatização foi interrompido, a informação que corre no mercado é que o governo estadual estaria sondando a possibilidade de negociar o repasse do controle acionário da Copel para o BNDES e para a Petrobras.
O Fórum Popular Contra a Venda da Copel comemorou o anúncio do governo de suspender o leilão da companhia mas promete continuar na ativa para acompanhar a gestão da Copel. ''Finalmente o governo teve a lucidez para acabar com essa novela que gerou tanta turbulência no Paraná'', afirmou o coordenador do Fórum, Nelton Friedrich.
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