A economia do governo para pagar juros atingiu nível recorde no ano passado. Em 2002, o setor público (União, Estados, municípios e estatais) acumulou um superávit primário de R$ 52,364 bilhões, o equivalente a 4,06% do PIB (Produto Interno Bruto).
O superávit obtido no ano passado foi mais do que suficiente para que fosse cumprida a meta prevista no acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Pelo entendimento, o aperto fiscal deveria ficar em, no mínimo, R$ 50,3 bilhões, equivalente a 3,88% do PIB.
Isso significa que, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, o setor público poderia ter gastado mais cerca de R$ 2 bilhões, um pouco mais do que o orçamento do Fome Zero para este ano e, ainda assim, a meta acertada com o FMI teria sido cumprida.