O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anunciou nesta terça-deira que irá reunir-se, na próxima quinta-feira, com representantes do setor alcooleiro para pedir explicações sobre o acordo firmado entre o setor e o governo para que o preço do produto jamais ultrapasse a 60% do limite cobrado pela gasolina.
Segundo o ministro, o encontro deve ser realizado no Palácio do Planalto.
"Não faz sentido a inflação ser pressionada pelo álcool. Vamos discutir com os representantes do setor o descumprimento do acordo", frisou Roberto Rodrigues, após encontro com representantes do setor agropecuário, na sede da Organização dos Cooperativos Brasileiros (OCB), em Brasília.
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O ministro disse que vai trabalhar, a curto prazo, com o Programa Renda Mínima, o que inclui um estudo diferenciado para definir os clientes de cada região do país. "É uma questão de organização do produtor", ressaltou o ministro, lembrando que o estudo prevê, também, a criação do seguro rural. Outro projeto, segundo o ministro, está ligado à organização do setor privado, que implica na reativação do Conselho Nacional de Políticas Agrícolas (CNPA) e do Conselho do Agro-negócio (Agronegócio).
Roberto Rodrigues adiantou que o conselho será paritário, ou seja, terá a participação de 13 representantes do governo e de mais 13 do setor privado. O terceiro projeto a ser trabalhado inclui negociações internacionais. Ele lembrou que o governo tem trabalhado com muita firmeza e está conversando com todos.
O ministro disse que está "muito clara" a existência de protecionismo europeu, americano e japonês, e admitiu que não tem muita expectativa de que esse quadro venha mudar por enquanto. "Temos que entender esse protecionismo que envolve questões sociais e políticas, e que implicam em subsídios", afirmou. Rodrigues disse que o governo brasileiro deve, em breve, decidir qual o seu posicionamento sobre esse assunto e está criando novos meios de negociações bilaterais.
Sobre a possível guerra entre Estados Unidos e Iraque, o ministro afirmou que poderá causar grandes problemas nas áreas de combustível e até de fertilizantes, podendo encarecer a próxima safra do país. Por outro lado, lembrou que poderá ser uma oportunidade de atrair investimentos de países desenvolvidos, já que o Brasil é uma grande solução no que se refere ao bio-diesel e o álcool.