Os metalúrgicos do ABC entraram em greve nesta quarta-feira paralisando setores estratégicos das montadoras. Dentre as empresas que tiveram atividades paralisadas nesta quarta-feira estão a Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Toyota e Scania em São Bernardo do Campo.
Pela manhã, os sindicalistas fizeram piquetes nas portas das fábricas e realizaram assembléias para escolher a melhor forte de protesto em cada montadora.
A greve procura parar setores estratégicos das montadoras, que impossibilitam a produção com a falta do menor número possível de empregados.
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Na Mercedes-Benz (DaimlerChrysler), os 1.500 trabalhadores da área de motores foram para casa, paralisando a linha de caminhões leves, semi-pesados e pesados e também a produção de chassi e plataforma.
"O grau de dureza da luta vai depender da postura dos patrões da flexibilidade, da abertura ou não do diálogo. Onde for mais radical, seremos mais duros", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijó.
Na Toyota, cerca de 350 dos 650 trabalhadores pararam duas horas pela manhã. Nesta quinta-feira, os metalúrgicos se reúnem para decidir qual será a estratégia do dia.
Na Scania, os trabalhadores voltaram para casa após assembléia, mas ainda não definiram a estratégia dos próximos dias.
Nas montadoras da Volks e Ford, os metalúrgicos aprovaram greve geral e por tempo indeterminado.
Na Volks, depois da assembléia, todos os trabalhadores foram para casa. Na Ford, horistas e mensalistas também não trabalharam nesta quarta-feira, mas a estratégia poderá mudar nos próximos dias a fim de evitar o desconto de dias parados.
O ABC reúne 95 mil metalúrgicos. Desse total, 40.094 mil estão nas montadoras. O movimento de greve engloba 32 mil metalúrgicos ligados à CUT. O restante dos trabalhadores está espalhado nas indústrias de máquina e equipamentos e fundição, que começam a aderir à greve. Segundo o sindicato, Otis e Makita já pararam.
A decisão pela paralisação foi tomada em assembléia nesta terça após os metalúrgicos rejeitarem a proposta de reajuste salarial apresentada pelas montadoras.
O empresariado ofereceu um ajuste de 15,7% - reposição da inflação pelo INPC, para os salários até R$ 4,2 mil. Acima desse valor, o aumento seria fixo, de R$ 659.
Segundo o Feijó, a greve é contra três pontos da proposta patronal: teto, reajuste referente ao mês de outubro pago em forma de abono apenas em janeiro do ano que vem e também porque há três anos os metalúrgicos não têm aumento real de salário.
Os metalúrgicos realizam no sábado nova assembléia geral para discutir a continuidade da greve.
Fonte: iG, parceiro do Bonde