O índice de inadimplência em Curitiba em março atingiu a marca inédita de 0%, de acordo com dados da Associação Comercial do Paraná (ACP) divulgados ontem. O levantamento é feito desde 1996. A ACP estima que taxa se deve à estabilidade econômica e também aos vários mecanismos oferecidos pela entidade aos lojistas para a consulta de crédito.
Porém a analista de mercado da ACP, Débora Dzierwa, explica que como essa análise é referente a 90 dias atrás, ou seja, na época de compras de Natal, o índice tem outras razões para ser baixo. ""É que naquela época o número de consultas sempre é muito grande, o que acaba diminuindo o resultado"", disse.
A fórmula da ACP que mede a taxa de inadimplência é a divisão do número de registros novos (pessoas que deixaram de quitar dívidas) mais o número de registros retirados (de quem já pagou suas contas) dividido pela quantidade de consultas feitas. O período de 90 dias é necessário para que se constate se o pagamento do produto foi feito ou não.
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Mas Débora também comentou que o consumidor está mais consciente para quitar suas dívidas. ""Como não há limite de valor para ser registrado, uma dívida pequena pode sujar o nome da pessoa, e ela já tenta limpá-lo"", disse. A Global Telecom, por exemplo, passou à ACP em março o nome dos consumidores que não quitaram dívidas com aparelhos celulares e contas telefônicas. Isso colaborou para que o número de inclusões no mês passado fosse de 45,4 mil, contra 15,7 mil em fevereiro.
Para o vice-presidente da ACP, Elcio Ribeiro, a centralização do serviço de consultas colaborou bastante para o índice ser baixo. ""A partir da criação da Rede Integrada de Proteção ao Crédito (RIPC) o lojista passa a contar com um serviço muito mais preciso que permite o acesso às informações creditícias de 21 Estados brasileiros em uma única consulta"", explicou.
Outro mecanismo que ajudou, segundo a ACP, foi o aumento do uso de cheques eletrônicos, que são creditados na hora da compra. De março de 2000 a março de 2001, esse sistema cresceu 6,6% e movimentou R$ 300 mil a mais, atingindo R$ 4,8 milhões. Ribeiro ressaltou que também nos últimos 12 meses a taxa média de inadimplência vem caindo. De abril de 2000 a março de 2001, esse número ficou em 3,44%.