O Paraná registrou, no último ano, um aumento de inadimplência maior do que o restante do País.
Segundo levantamento da CheckOK, empresa de São Paulo que faz verificação eletrônica de crédito, o número de cheques devolvidos em março por falta de fundos subiu 12,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Isso quer dizer que em cada mil cheques compensados no Estado, 53 não tinham crédito. No Brasil, essa relação foi de 10,7% de cheques devolvidos. A devolução de cheques é um dos itens usados para medir a inadimplência.
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De acordo com Alan Marinovic, analista econômico e financeiro da ABM Consulting, de maneira geral, esse quadro é resultado do desemprego (responsável em 50% dos casos), inflação (20%) ou despesas não esperadas (30%).
''A expectativa é que essa taxa de inadimplência se mantenha nos próximos seis meses'', opinou.
Seja qual for o motivo, ele acredita que a origem do calote é a política monetária restritiva adotada pelo governo federal.
Para equilibrar as contas externas com aumento da exportação, o País elevou a taxa de juro inibindo a importação, o acesso ao crédito, novos investimentos e, consequentemente, a geração de empregos.
Ao contrário do que muitos possam imaginar, o Paraná não está numa situação pior que a dos outros Estados.
Prova disso, é que o número absoluto de cheques devolvidos é menor que a média nacional.
''Para entender a inadimplência é preciso levar em conta o rendimento real do trabalhador (descontada a inflação), a distribuição de renda e a inflação que pode variar de uma região para outra'', disse Marinovic.
Essas variantes explicam casos como o do Acre, que registrou uma recuperação da inadimplência em relação à março de 2002, registrando no mês passado um índice negativo de 20,3%; e do Amazonas, com -14,3%.
No outro extremo, estão Estados como Rondônia, onde a inadimplência aumentou 108,7% em relação a março de 2002; Piauí, com aumento de 96,6% e Paraíba, com 76%.
Na simulação anual, ainda segundo o levantamento da CheckOK, a aumento na devolução de cheques foi de 4%, isto é, em março de 2003 foram devolvidos 430 mil cheques a mais que em abril de 2002.
Na comparação com a média de devoluções dos últimos 12 meses, o índice também apresentou alta, de 16,8%. Todos os índices têm como base o total de devoluções mensais de cheques (sem fundos, devolvidos pela primeira e pela segunda vez), fornecidos pelo Banco Central.