A desoneração fiscal da política de incentivos do governo contribuiu para a redução do ritmo de crescimento da economia informal em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). A pesquisa do Índice da Economia Subterrânea, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), divulgada hoje, mostrou que a evolução da economia informal foi de apenas 2% entre dezembro de 2008 e junho de 2009, quase um ponto porcentual acima da variação do PIB acumulado no primeiro semestre (1,1%).
O cálculo da variação de 1,1% foi feito pelo pesquisador da FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho, uma vez que o IBGE não calcula a variação do PIB no semestre ante o semestre imediatamente anterior já que não há ajuste sazonal para esse indicador. Segundo o pesquisador, essa diferença estava acima dos 20 pontos porcentuais no segundo semestre de 2008.
Segundo os dados apresentados pela FGV, no período compreendido entre junho de 2008 e junho de 2009, a chamada economia subterrânea (ou informal) teve crescimento de 22,6 pontos porcentuais em relação à expansão do PIB no período.
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Ele explicou que, como não é afetada pela retração do crédito, a economia informal manteve seu ritmo de crescimento até o início deste ano, quando passou a acompanhar a economia oficial.
Segundo o economista, a redução da carga tributária de alguns produtos como iniciativa de combate à crise foi um dos principais fatores para a desaceleração da informalidade. No entanto, na análise dos técnicos da FGV, a tendência é que a economia subterrânea volte a crescer com o fim dos incentivos fiscais e o consequente aumento da carga tributária. Outro fator em crescimento que influencia a economia informal é o nível de atividade econômica, que propicia aumento de demanda na economia formal e também na informal.