A fábrica Villa Puree foi inaugurada nesta segunda-feira (18) em Santo Antônio do Paraíso (Norte pioneiro). A empresa é especializada na produção do purê frutífero, matéria-prima destinada à indústria alimentícia para a produção de sorvetes, sucos, geleias e chocolates, entre outros itens. O governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) participou da cerimônia de inauguração.
O investimento privado é de R$ 5 milhões, com a geração inicial de 22 empregos diretos. O empreendimento também contempla outros 40 colaboradores na Fazenda Villa Puree, responsável por parte do fornecimento das frutas para a indústria, além da parceria com mais 120 produtores locais, cujas famílias serão beneficiadas com mais renda na propriedade.
Nesta primeira etapa estão previstas a extração de 300 toneladas de polpa por mês, dividida entre as culturas de abacaxi, ameixa, goiaba, manga, maracujá, morango, pêssego e pitaya. O projeto prevê uma segunda fase, a partir de 2022, com o despolpe de 1.800 toneladas por mês.
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A área total com plantação é de aproximadamente 605 hectares. "É uma alternativa nova e muito importante para essa região do Paraná. A fruticultura vem para diversificar e oportunizar para pequenos agricultores uma nova fonte de renda. É um projeto ousado, que traz tecnologia, exige qualidade e vai dar escala de produção”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.
Uma das sócias e diretora do empreendimento, Mirela Fernanda Freitas Alves destacou que foram firmadas parcerias com pequenos produtores de diferentes municípios nos arredores de Santo Antônio do Paraíso, como Congonhinhas, Andirá, São Jerônimo da Serra, Nova Santa Bárbara, Jaboti, Pinhalão, Ribeirão do Pinhal e Jundiaí do Sul, em um raio de até 150 quilômetros.
Ela afirma que uma das intenções do empreendimento é fomentar a fruticultura na região por meio de incentivo à produção, garantia de escoamento e assistência técnica especializada. "Pensamos em um projeto que já pudesse crescer. A intenção é expandir o processo em um ano, um ano e meio. Por isso essas parcerias foram fundamentais. É um incentivo para toda a região”, disse ela. "Sempre pensamos no desenvolvimento. Queremos gerar renda e desenvolver a região”, completou.
PRÓPRIA - A Vila Puree optou também por manter uma área própria de produção de frutas, de 108 hectares no município de Santo Antônio do Paraíso. Na fazenda Villa Puree já estão plantadas mudas de pêssego, pitaya, maracujá e goiaba.
A colheita caseira, porém, atenderá somente 10% das necessidades da indústria. O restante virá de agricultores parceiros na Região. "Encontramos aqui um solo muito fértil e um clima propício. Vamos agregar valor a essas frutas, com um calendário que abasteça a indústria o ano todo", explicou a diretora.
Na primeira etapa, a produção industrial será destinada a grandes consumidores no mercado interno. Para a segunda fase do empreendimento, passará a atender também o mercado externo.
DIVERSIFICAÇÃO – O secretário Ortigara ressaltou também que, bem conduzida, a iniciativa vai mudar a realidade da região com a diversificação de produtos capazes de render por hectare mais do que a soja, cana de açúcar e milho, plantações que dominam o cenário agrário do Norte Pioneiro.
"A produção de soja é muito importante para nosso Estado, mas nessa região a produção de frutas é uma excelente oportunidade de geração de renda para as pequenas propriedades. A empresa garante a compra da safra, o que propicia um investimento mais seguro por parte dos agricultores”, disse.
O secretário lembrou, ainda, que a fruticultura é responsável por cerca de R$ 1,7 bilhão em valor de produção no Paraná. "E tem uma oportunidade imensa de crescer. Seja transformando em comidas, em cosméticos ou mesmo ampliando a oferta de espécies”, ressaltou Ortigara.
"Eu tenho certeza que essa empresa vai ser a maior geradora de renda para o município em um prazo não muito longo. O agronegócio move o Brasil e vai transformar o município e o Norte Pioneiro. É o marco do desenvolvimento”, destacou o prefeito de Santo Antônio do Paraíso, Devanir Martinelli.
AMBIENTAL – A parceria com os produtores envolve a integração que vai desde o pacote tecnológico para o plantio até a assistência técnica exclusiva, com orientação para o preparo do solo, monitoramento de pragas e doenças, até a colheita. A preocupação é manter a sanidade dos pomares para não recorrer a aplicação de produtos agressivos, que deixam resíduos químicos nas frutas.
Todos os produtores serão orientados a fazer matas ciliares e proteção de minas nas propriedades. Haverá também metodologia para rastreabilidade da produção e identificação das propriedades.
No aspecto social, o empreendimento busca fixar o homem no campo, a inclusão social com renda digna, elevação dos indicadores sociais e da qualidade de vida em função da riqueza gerada, aumento de arrecadação e qualificação de mão de obra. Além da garantia de compra, a empresa promete ganhos reais aos produtores que aderirem ao projeto. "São várias cidades envolvidas, uma junção capaz de fornecer a quantidade de frutas que o projeto precisa", afirmou Mirela.