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Interesse de bolsas de valores em bitcoin pode atrair fundos

Agência Estado
25 dez 2017 às 10:40

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O crescente interesse das bolsas de valores pelo bitcoin pode atrair os fundos de investimento para as moedas virtuais. Mesmo com a alta volatilidade, especialistas acreditam que o início da negociação de contratos futuros lastreados na moeda, que fixam um valor para o ativo em uma data predeterminada, tendem a trazer alguma previsibilidade, mesmo que mínima, para o bitcoin, além de oferecer ao aplicador um produto diferente do mercado para composição das carteiras de investimento.

O bitcoin é uma moeda criada para operar exclusivamente pela internet. Ele não é emitido por nenhum banco central e tem sua flutuação unicamente fundamentada pela demanda e oferta dos usuários e investidores. Apesar de acumular uma valorização de mais de 1.400% desde o começo do ano, na sexta-feira passada, o investidor teve um exemplo de sua volatilidade. A moeda perdeu 30% de valor em 24 horas.

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Mesmo assim, segue na moda, sendo adotado por fundos de hedge, bancos e pequenos investidores comuns. Mais recentemente, a Bolsa de Chicago passou a negociar contratos futuros da moeda, tecnicamente chamados de derivativos.

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A Bolsa de Frankfurt também já manifestou interesse. No começo de dezembro, o presidente da B3 (bolsa paulista), Gilson Finkelsztain, disse que a moeda virtual "está no radar da instituição".

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Com base nisso, os principais fundos de investimento já falam abertamente sobre as possibilidades do bitcoin em seus produtos. Eles não falam em compra de moeda, já que a exposição ao risco é muito grande, mas na aquisição de produtos financeiros, como derivativos. "O contrato futuro, por exemplo, é ótimo. A vantagem do bitcoin frente a qualquer outro ativo é que ele não tem correlação com nada na economia. Imagine que uma carteira com um pouco de bitcoin em eventos que têm impacto no mercado, como a crise da JBS de maio. Essa carteira passaria por isso muito melhor que uma outra apenas com ativos tradicionais", diz o professor da B3, Gustavo Cunha. Segundo ele, no entanto, o mercado brasileiro ainda demoraria para oferecer um produto assim. "Não vejo isso na B3 tão rapidamente."


Para o especialista em criptomoedas do Grupo XP, Fernando Ulrich, mesmo que demore um pouco, é inegável que o interesse das Bolsas de Chicago e Frankfurt chama a atenção de todo o mercado. "Elas operam como um selo de legitimidade para o bitcoin", diz. Ele acredita que o mercado futuro da moeda vai permitir uma entrada expressiva de investidores institucionais, qualificados e de fundos de hedge no setor. "Mas também acho que o Brasil ainda vai demorar para ter um mercado futuro de criptomoedas, já que o Banco Central [BC] ainda tem se mostrado bastante receoso", destaca Ulrich.

Em recente declaração sobre o bitcoin, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a compra da moeda visando a venda depois da valorização é arriscada. "Ou seja, comprar e passar para frente, o que é uma típica bolha ou pirâmide. Não é algo que nós reguladores deveríamos incentivar", afirmou.


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