O leilão da sede histórica da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), programado para o sábado de manhã, não teve interessados. A gerência da empresa considerou o desinteresse normal, mas afirmou que o decreto baixado pela prefeitura na sexta-feira, limitando o uso do imóvel, teve relevância e assustou potenciais investidores.
O prédio histórico da empresa, localizado em um área de 11,2 mil metros quadrados no centro de Curitiba, foi colocado a leilão pelo preço mínimo de R$ 13 milhões. Ninguém se apresentou, nem mesmo para fazer propostas abaixo desse valor. "Corremos sempre o risco de não termos interessados durante os leilões, mas o decreto da prefeitura pode ter assustado alguns interessados", afirmou o chefe do escritório regional da Rede no Paraná, Paulo Sidnei Ferraz.
Para evitar o uso do imóvel, o prefeito Cassio Taniguchi (PFL) assinou decreto na sexta-feira determinando que qualquer alteração no prédio passe por avaliação da prefeitura. Cassio alegou que foi surpreendido com o aviso do leilão de venda, já que o prédio estava sendo negociado para abrigar uma estação de metrô. A prefeitura também requisitou a suspensão do leilão.
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De acordo com o chefe regional da Rede, o leilão estava sendo divulgado há cerca de um mês. Ferraz disse que o prédio não estava dentro da negociação. Segundo ele, uma área de 4 mil metros quadrados está reservada para abrigar o metrô. "Temos procurado todos os caminhos para solucionar os problemas, porque sabemos que o patrimônio da rede é importante para a cidade. Mas está havendo dificuldade de conseguir apoio, principalmente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC)", reclamou.
O prédio será colocado novamente em leilão este ano, informou Ferraz. Segundo ele, a empresa precisar captar recursos para reduzir o passivo de R$ 100 milhões que tem no Paraná. Ferraz detalhou que as dívidas estão sendo quitadas aos poucos, com recursos captados de 300 imóveis que já foram leiloados no Estado desde 1995. "Estamos preparando para vender cerca de mil imóveis no Paraná. O valor deles supera R$ 100 milhões", informou.