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Liberação do preço do diesel é criticada

Carmem Murara - Folha do Paraná
20 abr 2001 às 10:58

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A liberação dos preços do óleo diesel apenas provocará uma transferência do controle do governo federal para os empresários do setor, sem que isso se reflita em benefícios para o consumidor. A avaliação foi feita ontem pelo economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Cid Cordeiro. "O tabelamento passará das mãos do poder do Estado para a iniciativa privada", criticou. A desregulamentação está prevista para ocorrer a partir da próxima segunda-feira, após assinatura de portaria dos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia.

Cordeiro citou como exemplo o caso da gasolina e do álcool que tiveram os preços liberados há mais ou menos seis anos. "O que vemos é um preço padrão nos postos. A variação só ocorre quando há procedimentos de adulteração", disse. O economista avalia ainda que haverá um aumento do preço do produto e um aumento da margem de lucro.

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O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis) rebate a afirmação. "Tínhamos uma margem de lucro na gasolina de 20% quando havia o tabelamento. Hoje é pouco mais de 10%", defende o setor, o presidente da entidade, Roberto Fregonese. Ele disse que a orientação é não subir preço. Isso dependerá também da manutenção da mesma carga tributária. O Confaz está definindo sobre qual patamar de preço fará a cobrança, mas a ordem é não aumenter o imposto cobrado.

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Receosos. É assim que os donos de postos de Londrina e região estão se sentindo com a notícia da liberação do preço do diesel, prevista para semana que vem. Atualmente, o litro do produto é vendido a R$ 0,77. Alegando que a margem de lucro (R$ 0,07) já é baixa na venda do diesel, os posteiros temem que a concorrência acirrada no setor acabe provocando uma "guerra de preços", a exemplo do que vem ocorrendo com a gasolina.


"Dá medo," resume o gerente do Posto Boiadeiro, Wanderley Firmiano. "Nosso mercado é extremamente competitivo e o receio é que a margem caia como aconteceu com a gasolina", justificou. Ele adiantou que o Posto Boaideiro não pretende mexer no preço após a liberação. "Já ouvimos boatos na distribuidora que deve haver um aumento de preço", complementa.


Para o proprietário do Posto Vista Bela, Vanderlei Vicente, o mercado não está preparado para a liberação de preços. "Veja o que aconteceu com a gasolina."Ele comentou a possibilidade de ocorrer adulteração do combustível por parte de alguns postos para poderem baixar o preço ao consumidor. Na avaliação de Vicente, a concorrência não vai deixar o preço na bomba subir.

No Posto Portelão, em Cambé, as expectativas com a liberação do diesel não são diferentes.


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