Racionamento de energia elétrica, crise cambial, retração da produção, o ''efeito tango'' no Brasil. Está o trabalhador imune a tudo isso? A realidade indica que não, e o resultado mais comum costuma recair sobre a auto-estima do próprio trabalhador. Num efeito cascata, há comprometimento da produtividade das empresas, instalando nas empresas um cenário de insegurança, instabilidade, pressão e muito estresse.
A psicóloga Kátia Regina Marcos Gomes, gerente de Recursos Humanos da Pado Cadeados, lembra que por mais dura que seja a crise econômica, o trabalhador deve ter em mente que ela vai passar. ''As coisas são cíclicas e os melhores sempre terão seu lugar ao sol'', afirma. Kátia diz que essas crises podem servir como um ''teste de resistência'' às frustrações e atualmente, completa, ''trabalha-se com uma série de frustrações''.
Para aliviar a pressão, ela indica que deve haver transparência nas relações entre patrão e empregado, buscando a criação de vínculos de lealdade entre as partes e não inimizades. Outro ponto citado por ela é a manutenção da programação de benefícios como forma de manter o moral das equipes.
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A chefe de RH da multinacional de embalagens Dixie Toga, Ana Sílvia Alves Borgo, afirma que é inevitável que os reflexos da crise sejam sentidos dentro das empresas. Um dos ''sintomas'' iniciais da insegurança entre os funcionários é o surgimento de boatos alarmistas, dando conta de que existem listas de demissão, mudança de chefia, entre outras coisas.
Segundo ela, é possível, inclusive, quantificar o quanto essa interferência prejudica o andamento dos negócios através dos chamados indicadores de RH. Ela revela que na Dixie, há monitoramento mensal desses índices, que são: queda da produção; rotatividade de funcionários; ausenteismo (falta ao trabalho); absenteismo (falta justificada); rotatividade de funcionários; acidentes de trabalho; e queda na qualidade do atendimento.
*Leia mais na reportagem de Luciano Augusto na Folha de Londrina/Folha do Paraná deste sábado