O mercado financeiro estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano será de 7% - 1,5 ponto percentual acima da meta de 5,5%.
Os analistas de mercado e instituições financeiras pesquisados pelo Banco Central estão menos otimistas em relação à redução da taxa básica de juros (Selic), que está em 16% ao ano e deveria cair, segundo as expectativas gerais, para 15% até o final do ano.
Com o recrudescimento da inflação, as perspectivas do Boletim Focus também subiram um pouco: para 15,13%.O comportamento de alta dos preços no varejo causa incômodo até mesmo aos institutos que vivem de pesquisas sobre a inflação.
Leia mais:
Frigoríficos brasileiros retomam vendas ao Carrefour
Donos de postos no Paraná alegam ter levado calote de R$ 80,5 milhões
Mega-Sena acumulada sorteia R$ 55 milhões nesta terça-feira
Agrônomos de Londrina debatem tecnologias voltadas à segunda safra
Exemplo disso aconteceu com a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), que previu Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe) de 0,80%, no mercado paulista, no mês de junho, e foi surpreendida com a tabulação final da pesquisa, que apontou carestia de 0,92%. Bem acima, portanto, do índice de 0,57% de maio - a inflação mais alta desde março do ano passado.
O número final do IPCA de junho será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima sexta-feira, embora o Boletim Focus aposte na manutenção da estimativa da semana anterior, de 0,67%.
A mesma pesquisa aponta para inflação mais alta neste mês, que deve ser de 0,91%, em virtude dos aumentos programados de tarifas de energia e telefonia, principalmente, o que eleva a expectativa de reajustes dos preços administrados de 7,80%, na semana passada, para 7,91%, na pesquisa atual.
Os prognósticos do mercado indicam aumentos no saldo da balança comercial para US$ 28 bilhões neste ano (US$ 23,95 bilhões em 2005) e no superávit de US$ 4,60 bilhões em transações correntes, zerando a perspectiva anterior, de déficit, em 2005. Em contrapartida, porém, o mercado estima queda dos investimentos estrangeiros diretos, cuja projeção era de US$ 11 bilhões no mês passado, e cai agora para US$ 10 bilhões.
Não houve alteração na estimativa de taxa de câmbio, que deve encerrar o ano em R$ 3,10 por dólar, com taxa média anual de R$ 3,03; e a perspectiva da relação entre dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB) permanece em 57%, num contexto em que o crescimento de todas as riquezas nacionais garantam um PIB de 3,50%, como é prognosticado há 14 semanas.
ABr