A Câmara dos Deputados decidiu manter, nesta quarta-feira, o valor do reajuste de R$ 20 no salário mínimo concedido pelo governo. A base aliada conseguiu reunir o quórum de 448 deputados para votar a matéria, contrariando as previsões mais pessimistas de que não haveria número suficiente de parlamentares para a votação. Duzentos e setenta e dois deputados rejeitaram o substitutivo aprovado pelo Senado, que elevava o salário mínimo para R$ 275, e 172 votaram favoravelmente à proposta. Houve apenas quatro abstenções.
A Medida Provisória do Salário Mínimo, que está em vigor desde 1º de maio, será promulgada pelo presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP). Depois disso, será publicada no Diário Oficial e passará a ser lei, em todo o país.
Durante a votação, houve bate-boca e até troca de empurrões entre o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), e o deputado Luiz Sérgio (PP-RJ). Freire disse que, na verdade, sua irritação foi com o presidente da Câmara, que o teria chamado de "cretino", por ter encaminhado sua bancada a favor do mínimo de R$ 275. "Cretino é ele", reagiu Freire, ao final da votação. O deputado Luiz Sérgio, por sua vez, disse que o parlamentar pernambucano, por já ter sido senador, quer desautorizar as deliberações da Mesa Diretora. "Não dá para, constantemente na Câmara, ele se colocar em uma posição de superioridade", afirmou Sérgio.
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Não foi o único contratempo durante a sessão. O deputado Wladimir Costa (PMDB-PA) foi ameaçado pelos colegas de ser encaminhado ao Conselho de Ética da Casa, por ter mostrado em plenário dois pacotes de notas de dinheiro que simbolizavam a diferença de salário entre um deputado federal, que ganha cerca de R$ 12 mil, e um trabalhador que ganha o salário mínimo.
Os parlamentares que defendiam o mínimo de R$ 275 chegaram a levar um caixão para o plenário. Segundo o autor da idéia, deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), relator da proposta de R$ 275, o caixão representava o "enterro" do Partido dos Trabalhadores.
Informações da ABr