As montadoras que estão instaladas na Região Metropolitana de Curitiba fecharam o primeiro semestre com crescimento de quase 64% na produção de veículos em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento ficou aquém da expectativa das próprias empresas que no início do ano faziam planos mais otimistas. A fabricação acelerada ocorreu muito mais para preencher uma capacidade instalada, até então ociosa, do que para atender a uma demanda aquecida de mercado.
O mercado aquecido foi até junho, quando começaram os reflexos da crise da Argentina e do racionamento de energia. A política do Banco Central de aumentar as taxas de juros também contribuiu para o desaquecimento. Em maio as montadoras chegaram ao pico de produção com 22 mil unidades, caindo para 15,5 mil em junho e aumentando um pouco para 17 mil em julho. "Em maio as empresas anteciparam a produção prevendo recessão no mês seguinte", afirmou ontem o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Clementino Tomaz Vieira.
A produção total das montadoras foi de 114 mil veículos de janeiro a julho deste ano, contra uma produção de 69,6 mil no mesmo período no ano passado. O aumento ocorreu principalmente entre as novas empresas que são a Renault e a Volkswagen/Audi. Ambas praticamente dobraram a produção. A Volvo e a New Holand também tiveram variação positiva na produção.
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O crescimento foi superior ao desempenho nacional, que teve sua fabricação automotiva aumentada de 1,11 milhão de unidades para 1,12 milhão. Hoje o Paraná participa com 10% da produção nacional de carros. Se forem considerados apenas os carros de passeio e uso misto, a fatia é de 11%.
A exportação tem sido uma estratégia importante para as montadoras escoarem a produção. Elas passaram de 6,2% para 10,1% na participação das montadoras na exportação nacional. A Audi é a que mais têm fechado negócios. Suas vendas se concentram para os Estados Unidos. Somente máquinas agrícolas participam com 27% da exportação. As montadoras paranaenses estão exportando em média 40% do que produzem. A quantidade é superior ao ano passado, quando vendiam 34% da fabricação.