A partir de março de 2001, toda a linha de montagem de tratores e colheitadeiras da linha Case de Sorocaba (SP) será transferida para a fábrica da New Holland de Curitiba. Essa foi uma das decisões da empresa após a fusão que resultou na criação do grupo empresarial Case New Holland. A plataforma industrial, instalada na Cidade Industrial de Curitiba, está recebendo investimentos da ordem de R$ 38 milhões para a modernização da linha de montagem. Com isso, a fábrica de Curitiba será transformada em fornecedora mundial de tratores e colheitadeiras para o setor agrícola.
O anúncio da ampliação e internacionalização da fábrica de Curitiba foi feito ontem, pelo vice-presidente do grupo Case New Holland, Valentino Rizzioli. Ele antecipou que para o ano que vem a CNH pretende fazer vários lançamentos na linha de tratores de porte médio para atingir outros mercados. No ano passado, a fábrica da New Holland exportou tratores para a América Latina, África e Oriente Médio. Além dos novos produtos, Curitiba vai se especializar na fabricação de tratores de grande potência com a marca Case, afirmou.
Segundo Rizzioli, a fábrica de Curitiba já é considerada o centro de produção de máquinas agrícolas da América Latina. Com a incorporação da linha de montagem da Case, a estratégia da CNH é transformar a fábrica de Curitiba num importante centro mundial de produção de tratores e colheitadeiras. Para isso, as plataformas de desesenvolvimento de produtos serão interligadas e adaptadas, conforme os sistemas mundiais de produção.
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Rizzioli anunciou ainda que a fábrica da Case, de Sorocaba, será desativada até o final de 2001. A linha de montagem de máquinas para construção pesada está sendo transferida para Belo Horizonte (MG) e de máquinas para colheitas especiais (uva, café, cana-de-açúcar) está sendo transferida para Piracicaba (SP).
O anúncio da ampliação e modernização da fábrica de tratores e colheitadeiras agrícolas para o ano que vai de encontro à boa fase de vendas da New Holland, que controla 25% do mercado nacional de tratores e 40% do mercado de colheitadeiras. Segundo Rizzioli, o crescimento nas vendas que deve fechar em 30% este ano superou as projeções que esperavam um crescimento de 15%. A fábrica de Curitiba produziu 4,5 mil tratores e 1,25 mil colheitadeiras no ano passado e 6,2 mil tratores e 1,6 mil colheitadeiras este ano. Ele atribui o incremento nas vendas à boa safra obtida este ano e aos incentivos do governo no financiamento de máquinas agrícolas. Os agricultores podem financiar a compra de tratores e colheitadeiras com juros fixos de 8,75% ao ano, que dá mais segurança em relação à capacidade de pagamento.
Para 2001, Rizzioli mantém as projeções de crescimento de 15% do mercado. Segundo ele, os produtores já estão mais conscientes que investir em tecnologia e na compra de máquinas significa redução de custos. Apesar do crescimento nas vendas, a comercialização de máquinas agrícolas ainda não recuperou os níveis de vendas registrados na década de 70, quando se comercializavam entre 50 e 70 mil tratores por ano no País. A partir de 1985, o volume caiu de forma significativa, "como resultado do desgoverno na economia" e o setor ainda não recuperou o ritmo de vendas.
Rizzioli calcula que o ideal seria a produção e venda de 35 mil tratores por ano. Em 2000, deverão ser produzidos 24 mil tratores no País, 5 mil unidades a mais que no ano passado, quando foram feitos 19 mil tratores. De acordo com o executivo, o produtor volta a ter confiança na estabilidade da economia e está revelando a disposição de investir na modernização de sua atividade.