Uma análise de dados do censo americano divulgada nesta quinta-feira (29) por um instituto de pesquisas de Washington indica que 10,1% dos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos vivem na pobreza.
O levantamento do Center for Immigration Studies, que inclui imigrantes legais e ilegais, também revela que essa porcentagem de imigrantes brasileiros aumenta para 33,8% se forem consideradas todas as pessoas vivendo na pobreza ou pouco acima da linha de pobreza.
No topo da lista, estão os dominicanos (27,9%), seguidos pelos mexicanos (22%).
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Um total de 21,5 milhões de imigrantes e seus filhos nascidos nos Estados Unidos vivem na pobreza ou pouco acima da linha da pobreza no país, também de acordo com o estudo.
Educação
A análise conclui que o baixo nível de instrução de boa parte dos imigrantes – em média, 31% não concluiu o ensino primário - explica porque tantos vivem na pobreza, recorrem a programas de bem-estar social ou não possuem programas de seguro-saúde.
Entre os imigrantes brasileiros, por exemplo, 26,9% não teriam ensino primário completo, e 31,4% não teriam completado o ensino superior.
''O problema não se dá por falta de disposição de trabalhar ou por causa de seus status legais'', diz o autor do estudo, Steven Camarota.
Uma das questões levantadas pelo ele é se, em termos de política de imigração, os Estados Unidos deveriam ''deixar entrar tantas pessoas com pouca instrução - aumentando a competição para os trabalhadores americanos mais pobres e para a população que precisa de assistência''.
Recorde
O Brasil é o 24º país com maior número de imigrantes nos Estados Unidos, segundo o texto do Center for Immigration Studies. O levantamento indica que, entre 2000 e março deste ano, 124 mil brasileiros foram viver no país.
O primeiro na lista é o México, que responde por 31% do número total de imigrantes.
A análise mostra que os últimos sete anos foram o período mais intenso de imigração na história americana. Em 2007, a população de imigrantes no país alcançou um recorde de 37,9 milhões de pessoas.
De acordo com os dados da pesquisa, os imigrantes representam um em cada oito residentes nos Estados Unidos, a cifra mais alta em 80 anos. Em 1970, o índice era de 1 em cada 21; em 1980, passou para 1 em cada 16, e em 1990, chegou a 1 em cada 13.
Desde 2000, o país já recebeu 10,3 milhões de imigrantes. Estima-se que mais da metade destes, 5,6 milhões, entraram ilegalmente no país.
O levantamento também diz que, do total de imigrantes atualmente nos Estados Unidos, um em cada três é ilegal, sendo que metade dos imigrantes mexicanos e centro-americanos e um terço dos sul-americanos estariam nessa situação.