A situação financeira está melhor hoje do que há um ano para 74% do conjunto das 3.810 famílias consultadas pela segunda edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), apurado em setembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apenas 18% das famílias se dizem em pior situação atualmente do que há um ano.
As regiões Norte e Nordeste possuem a maior proporção das famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%, respectivamente, - seguidas de perto pelo Centro-Oeste, com 76,49%. Já nas regiões Sul e Sudeste, a proporção de famílias otimistas é levemente inferior, apesar de ainda permanecer elevada na escala do IEF, com 71,53% e 70,34% respectivamente.
Com relação às expectativas futuras da situação financeira de suas famílias em 12 meses, 77,32% dos entrevistados creem que estarão em melhores condições, enquanto 7,56% anteveem piora. Sobre a expectativa das famílias em relação ao consumo, 53,81% das famílias pensam que o presente seja um momento ideal para comprar bens de consumo duráveis, contra 37,27% que afirmam que este não é o momento mais indicado.
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Na região Nordeste, há o maior otimismo, com 63,94% das famílias apostando ser esse um bom momento para compras. Nas regiões Norte e Sul, segundo a pesquisa, há um equilíbrio entre as famílias receosas em consumir e de famílias otimistas, com aproximadamente 46% para cada grupo.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, disse que o otimismo das famílias tende a aumentar nos próximos meses, quando começa o pagamento do 13º salário que deve ser usado para o pagamento de dívidas e reabilitação dos endividados. Além disso, ele afirmou que o Ipea fez uma estimativa, a partir de dados de outros institutos, e projeta um crescimento real da renda de 5% neste ano em comparação a 2009.
Endividamento
Quando consultadas sobre o nível de endividamento, 47,73% da famílias declararam não ter dívidas, ao passo que pouco mais de 10% das famílias responderam estar muito endividadas em comparação ao rendimento familiar mensal. Entre os que estão endividados, 59,75% creem que conseguirão quitar suas contas no próximo mês (outubro). Entre aqueles que não vão conseguir pagar suas dívidas, 36,19% estão na região Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, há uma proporção maior de famílias que não vão conseguir saldar suas dívidas, com 53,41% e 43,85%, respectivamente.
Outra constatação da pesquisa diz respeito à expectativa das famílias sobre o mercado de trabalho. De acordo com Pochmann, quando se considera o País, 73% dos responsáveis pelos domicílios dizem estar seguros em sua ocupação atual. O presidente do Ipea afirmou que esse patamar é coerente com o observado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
No Sul, 91,75% dos chefes de família afirmam estar seguros em sua ocupação atual. Em seguida, o maior grau de otimismo aparece no Centro-Oeste, com 75,57%. Depois, vem: Sudeste (75,23%), Norte (72,68%) e Nordeste (57,77%).