A Bovespa opera em queda mais acentuada que Wall Street nesta quinta-feira, pressionada mais uma vez pela desvalorização das ações da Petrobrás, que é responsável por cerca de um terço da movimentação da Bolsa nesta jornada. Outras blue chips como Vale e siderúrgicas também caem, mas com menos intensidade contribuindo para manter o Ibovespa abaixo dos 70 mil pontos.
Às 12h24, o Ibovespa operava com desvalorização de 1,02%, aos 69.824 pontos, após alcançar a mínima de 69.322 pontos (-1,73%) e a máxima de 70.739 pontos (+0,28%). O giro financeiro era de R$ 3,18 bilhões, com previsão de R$ 9,76 bilhões para o fechamento. No mesmo momento, o Dow Jones operava em baixa de 0,17%, enquanto o S&P 500 recuava 0,18%.
Após despencarem mais de 4% na pregão da véspera, pressionadas pelo rebaixamento da recomendação e preço por vários bancos e corretoras, as ações preferenciais da Petrobras abriram a sessão desta quinta-feira em leve alta, mas logo inverteram o sinal. Há pouco, o papel PN recua 3,09%, cotado a R$ 25,06, com giro de R$ 861,7 milhões, o maior do mercado. As ações ON, que ontem caíram 3,98%, hoje cedem 4,22%, cotadas a R$ 27,95, movimentando R$ 184,3. Ambas figuram entre as maiores quedas do Ibovespa.
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Segundo operadores, parte da pressão de hoje ainda se deve aos relatórios que reviram os preços alvos para os títulos da estatal para baixo. O movimento, no entanto, é alavancado por rumores sobre irregularidades em contratos.
Nesta semana, seis relatórios com avaliações negativas a respeito do desempenho dos papéis, cinco deles emitidos por instituições que participaram da venda de ações. No fechamento de quarta-feira, os títulos da estatal valiam menos do que o valor pago pelos investidores na capitalização.
Os relatórios foram elaborados por Bradesco, que era o líder da operação, Itaú BBA, Morgan Stanley, Deutsche Bank, Bank of America/Merril Lynch e Barclays - o único sem participação direta na venda de ações.
Itaú e Barclays rebaixaram as recomendações da Petrobrás para uma classificação em linha com o mercado. Antes, as duas viam potencial superior para as ações da empresa. Além disso, reduziram suas projeções de preço das ações da estatal. Os outros quatro bancos reduziram as projeções de preços.
As justificativas giram em torno do aumento da base de acionistas, dos altos preços pagos pela empresa pelas reservas do pré-sal compradas do governo e das perspectivas de custos para exploração do pré-sal. O texto do Barclays chega a dizer que a Petrobrás precisará de nova capitalização entre 2013 e 2014, caso o petróleo permaneça na casa dos US$ 80 por barril.