A Associação Comercial do Paraná (ACP) entrou na segunda-feira (7) com uma ação judicial contra o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana para por fim à greve da categoria, que nesta terça-feira (8) chegou ao 20° dia. O órgão acusa o movimento grevista de prejudicar o comércio, indústrias e usuários comuns com a paralisação.
Uma ação civil pública foi enviada à 11ª Vara do Trabalho de Curitiba. A ACP classifica como "inevitável" a via judicial para colocar fim à greve. Na ação, a ACP classificou a forma como a greve dos bancários tem sido mantida como abusiva.
A ACP ainda considera que, pela Lei n°. 7783/89, que ampara o direito de greve, também fica previsto no parágrafo primeiro do art. 6°, que "em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem".
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Segundo o consultor econômico da ACP, Cláudio Shimoyama, a greve tem trazido grandes transtornos para a sociedade. "O comércio tem sido prejudicado. As pessoas estão sem recursos. A greve pode ser um dos motivos para o aumento da inadimplência registrado em setembro", aponta. O pedido de liminar da ACP é de que, ao menos, seja garantido o mínimo de 30% de atendimento aos usuários das agências bancárias.
Bancários - O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, diz entender a postura da ACP, mas afirmas que a associação não tem legitimidade para intervir em uma relação que é de patrões com empregados. "Eles deveriam pressionar os banqueiros que são os grandes responsáveis por essa situação, pelas altas taxas de juros no sistema financeiro".
Segundo o presidente do sindicato, há um movimento nacional de paralisação e que a greve é importante para que os banqueiros retomem as negociações. Sobre o pedido de que 30% dos empregados trabalhem, Dias pondera que os caixas eletrônicos funcionam e atendem normalmente à população, mas que o contingente que os bancos mantêm no trabalho atende mais aos banqueiros que a população, que ficaria desassistida.
A paralisação dos bancários em Curitiba e região afeta 364 agências, sendo 272 na capital e 92 nas cidades metropolitanas. Uma assembleia da categoria foi realizada na segunda-feira e os funcionários dos bancos decidiram manter a greve por tempo indeterminado.