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Privatização a jato

Aeroportos de Curitiba e Foz podem ser repassados à iniciativa privada

Nelson Bortolin/Grupo Folha
22 set 2016 às 15:04

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- Arquivo/Folha
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O Ministério dos Transportes nega, mas o governo federal já teria decidido privatizar uma série de aeroportos brasileiros, além dos quatro já confirmados, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis. Na nova leva, segundo informações do jornal O Globo, estão dois aeroportos paranaenses, o Afonso Pena, de São José dos Pinhais (Curitiba), e o de Foz do Iguaçu.
De acordo com a publicação carioca, também haverá concessão em Recife, Belém, Vitória, Goiânia, Cuiabá, Manaus, Maceió e São Luís. O governo teria decidido enxugar a Infraero, que ficaria apenas com aeroportos médios como o de Londrina, Uberlândia e Navegantes, por exemplo. As novas concessões seriam feitas em pacotes que incluíram aeroportos superavitários e deficitários.

Embora a União não tenha oficializado a decisão e, apesar da crise vivida pelas atuais concessionárias de aeroportos, entidades paranaenses comemoram a notícia. "Nosso aeroporto (de São José dos Pinhais) está muito bem administrado pela Infraero. É considerado o melhor aeroporto do Brasil, mas ainda precisa de muitos investimentos, que a Infraero não terá condições de fazer, tendo em vista a crise econômica", afirma o secretário Executivo do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr.

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Pista curta
Ele conta que o principal problema no aeroporto da região metropolitana da Capital é que a pista é muito curta, apenas 2.100 metros, do mesmo tamanho que a de Porto Alegre. "Como estamos em maior altitude (900 metros), o ar é mais rarefeito (que na capital gaúcha). Isso faz com que o avião precise de uma pista mais longa para decolar com carga completa", afirma. Devido a essa deficiência, as aeronaves que fazem rotas internacionais não podem sair totalmente carregadas do Afonso Pena. "O avião que fazia a rota Curitiba/Miami saía com tanque pela metade e descia em Porto Alegre para completar", explica.

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O projeto de uma pista de 3,2 mil metros já está pronto, mas exige investimentos de mais de R$ 1 bilhão. "Só de desapropriações são R$ 300 milhões", conta. Para Mohr, como o governo não tem recursos para as obras, a solução é fazer a concessão à iniciativa privada. O Afonso Pena é o 8º aeroporto mais movimentado do Brasil, tendo recebido no ano passado mais de 3,5 milhões de passageiros.

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FOZ DO IGUAÇU
Gilmar Piolla, que é secretário geral do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Foz de Iguaçu, diz que as entidades do município mantêm um acordo de cooperação com a Infraero. "Já temos um novo plano diretor (do aeroporto) aprovado pela Infraero prevendo três horizontes de expansão: para 2019, 2029 e 2039", conta. O projeto trata de ampliação das áreas de embarque e desembarque. "Também estamos finalizando projetos de engenharia para novo sistema de pista", explica.


Em Foz, há o mesmo problema que em São José do Pinhais: a pista é muito curta (1,2 metros). "Na Argentina e no Paraguai (próximo à tríplice fronteira) há aeroportos com pistas bem maiores, mas nós somos o que tem maior número de passageiros." No ano passado, passaram pelo aeroporto local 1,002 milhão de pessoas - 18º maior movimento do País.
Para receber voos diretos dos Estados Unidos e Europa, o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu precisa ampliar a pista. "Não fosse a crise econômica do País, tenho certeza de que nosso projeto seria um dos primeiros a receber recursos do Fundo Nacional da Aviação", afirma Piolla. Como esses recursos foram contingenciados, ele tem pouca esperança de que o projeto saia do papel em breve. "Se a gente não consegue (fazer as obras) com recursos públicos, a alternativa é fazer a concessão. O importante é que o projeto seja implantado. Queremos um aeroporto melhor para desenvolver nossa economia", justifica.

Melhorias
O diretor executivo do Iguassu Convention & Visitors Bureau, Basileu Tavares, aposta suas fichas na concessão do aeroporto de Foz. "Se fizerem aqui metade do que foi feito em Guarulhos ou no Galeão (aeroportos internacionais de São Paulo e do Rio de Janeiro já privatizados) estará muito bom", afirma. Ele conta que o setor de turismo na cidade tem boa relação com a Infraero, que fez recente reforma no aeroporto. "Mas achamos que a privatização pode trazer outras melhorias", aposta.


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