A agência de viagens Interlaken, com três lojas em Curitiba, anunciou pelo Facebook que fechou suas portas, deixando pelo menos 100 pessoas, que já haviam comprado passagens ou feito outros tipos de reserva, na mão. "Após 30 anos de serviços prestados ao segmento de turismo, infelizmente encerramos as nossas atividades em função da crise econômica. Lamentamos muito o ocorrido e faremos o possível para sanar individualmente os danos causados a cada um dos clientes", diz o comunicado, publicado neste sábado (26) na rede social.
Rapidamente, centenas de usuários fizeram comentários na postagem, relatando problemas. Eles alegam que a companhia vendeu pacotes até o dia 24 de dezembro e que, por ter entrado em falência, se negou a ressarcir os valores, informando ser necessário efetuar uma recompra. A professora Daline Calluf contou à reportagem que ela e o marido agendaram uma viagem de dez dias para Punta Cana, na Republica Dominicana, em 30 de novembro, aproveitando uma promoção da Black Friday. O embarque estava marcado para 15 de janeiro. "Nem o aéreo e nem o hotel foram confirmados. Meu prejuízo até agora foi de R$ 9,5 mil. Isso porque os clientes estão conseguindo com as operadoras estornar valores pagos em cartão", afirmou.
Os turistas montaram grupos no Whatsapp, para se mobilizar em prol dos seus direitos. Eles estimam os prejuízos em até R$ 2 milhões. "Conversando, descobrimos o tamanho do golpe que estão aplicando. Eram pacotes super atrativos, com dólar congelado. Eu nunca tinha viajado com eles (Interlaken), mas várias pessoas que já eram clientes há bastante tempo sofreram. Teve uma que gastou R$ 210 mil num pacote para Orlando (Estados Unidos), para dez pessoas", disse Daline. Advogados também prejudicados estão acompanhando a situação e orientando os colegas.
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É o caso de Mariana Bogus, que tinha duas reservas com a operadora, uma para a Bahia e outra para Orlando, ambas canceladas. "Estamos reunindo todos os valores e depois cada cliente vai decidir como agir individualmente – se através de ação judicial ou da agência mesmo". Ela relatou que algumas pessoas pagaram integralmente pelos pacotes e não tiveram suas reservas confirmadas, que outras estão com os vouchers impressos, porém sem validação, e que houve ainda registros de despesas em duplicidade ou triplicidade cobradas nas faturas. "A gente foi vendo que o problema era maior do que o imaginado", acrescentou.
A ideia é que os clientes lesados registrem boletins de ocorrência nesta segunda-feira (28), na Delegacia do Consumidor, por quebra de contrato, e que procurem o Procon e o Ministério Público. Uma manifestação em frente à sede da agência, no bairro Ahú, em Curitiba, às 8h30, também está marcada. O Grupo Folha tentou contato com os responsáveis pela empresa, mas durante toda a tarde o telefone dava sinal de ocupado. A página da Interlaken na Internet foi retirada do ar.