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Álcool gera economia de US$ 186 bi ao Brasil

Redação Bonde e Folha de Londrina
11 mar 2007 às 12:03

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Sob o sol escaldante do meio dia, o operador de colheitadeira Márcio Araújo faz a sua estréia no mar de cana-de-açúcar. Sem saber, ele deu a largada à maior safra de cana que o Brasil já colheu. Embora a safra comece oficialmente em 1º de maio, a moagem na Usina Lins, uma das novas produtoras de álcool do Brasil, começa nesta segunda-feira (12).

Será uma safra de recordes: 415 milhões de toneladas de cana serão colhidas e moídas no Centro-Sul (principal região produtora), o que vai permitir a produção de 18,57 bilhões de litros de álcool, volume que substituirá a gasolina no Brasil e em outros países. A previsão de receita é de R$ 40,6 bilhões, quase R$ 3 bilhões mais que em 2006.

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A supersafra de cana vai contribuir para elevar os números de outra conta. Pelos cálculos da Datagro, consultoria que acompanha o setor e é responsável pelas previsões para este ano, o álcool combustível, em sua história de pouco mais de 30 anos, permitiu que o País economizasse US$ 185,9 bilhões. Foi quanto deixou de gastar com o consumo do petróleo.

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O cálculo considera o preço da gasolina não consumida entre 1975 e 2006 e os juros evitados com uma eventual dívida externa para a compra do petróleo que seria convertido em gasolina. A Datagro atualizou os cálculos na semana passada.

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O álcool combustível permitiu que o Brasil deixasse guardados no fundo da plataforma oceânica nada menos que 11,5% das reservas petrolíferas. A decisão de criar um substituto para a gasolina permitiu ao País economizar 1,58 bilhão de barris de petróleo. As reservas nacionais em águas profundas e sob chão firme são estimadas em 13,7 bilhões de barris.


''Não é por acaso o interesse dos Estados Unidos pelo etanol brasileiro. São esses números que dão ao álcool relevância como combustível alternativo'', diz Plínio Nastari, da Datagro. Hoje, 40% da demanda de combustível líquido no Brasil é suprida pelo etanol. Os Estados Unidos tentam elevar esse porcentual para 15%, o que exigirá 132 bilhões de litros de etanol. A produção mundial hoje não chega a 50 bilhões de litros.

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Nos próximos seis anos surgirão 73 novas usinas, segundo a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), representante dos usineiros, nos próximos seis anos surgirão 73 novas usinas. Isso significa a média de 1 usina de álcool e açúcar por mês. A expansão da demanda sustenta os projetos, que vão demandar US$ 14,6 bilhões nesse período. São números que revelam a situação atual, mas nada impede que a evolução do mercado acelere esta corrida, o que deve dar ao Brasil uma rotina de recordes.


Segundo Nastari, o Brasil terá uma safra que privilegiará a produção de álcool. A produção de açúcar, em torno de 25 milhões de toneladas, deverá ser mantida. A previsão é que 52,1% da cana seja convertida em etanol. Dessa forma, a produção de 18,5 bilhões de litros de álcool na região Centro-Sul será suficiente para abastecer o mercado nacional e as exportações, que, segundo Nastari, será igual a anterior, de 3,6 bilhões de litros.

O cenário traçado pela Datagro para este ano considera a elevação da mistura dos atuais 23% para 25% de álcool anidro na gasolina (decisão que o governo deverá tomar até meados do ano), além da manutenção, em níveis elevados, do consumo de álcool pelos carros bicombustível. Na média, a consultoria acredita que neste ano mais de 80% dos carros vendidos terão motores flex. A frota desses carros já era de 2,63 milhões em dezembro. ''É uma frota que é acrescida de 1,5 milhão de veículos por ano'', informa ele.


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