O sonho da casa própria levou alguns curitibanos a caírem em um golpe nos últimos meses. Com crachá e documentos falsos, pessoas estariam usando o nome da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) ou da prefeitura para cobrar R$ 900 das famílias com a promessa de assegurar a compra de um imóvel.
A companhia protolocou no 1º Distrito Policial da Capital um pedido de instauração de inquérito para investigar a prática dos crimes de estelionato, falsificação de documento, de selo ou sinal público, uso de documento falso e falsa identidade.
Pelo menos quatro pessoas assumem ter caído no golpe e apresentaram na companhia os documentos forjados como prova. Os golpistas levavam os interessados até as obras nos bairros Sítio Cercado e Cidade Indústrial, agindo como se fossem corretores dos imóveis. Segundo o diretor administrativo e financeiro da Cohab, João Elias de Oliveira, as vítimas eram abordadas em lugares públicos ou eventos e, com ''bom papo'', o vigarista dava a entender que era influente na Cohab.
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O golpista apresentava um formulário e depois entregava um recibo, ambos com o brasão da prefeitura. De acordo com os denunciantes, os documentos eram usados para comprovar a ligação dele com a Cohab.
Conforme Oliveira, as denúncias dessa prática começaram a chegar à companhia há cerca de um ano. No entanto apenas recentemente foi possível conseguir as provas para formalizar a queixa na polícia. ''Nós conseguimos a identidade verdadeira de um deles, mas sabemos que há outros vigaristas aplicando o mesmo golpe''. O diretor acredita que, com a investigação policial, devem aparecer mais testemunhas e vítimas.
A Cohab informou que não cobra pela inscrição ou cadastro das famílias. ''Quando lançamos um empreendimento, comunicamos por carta todos as famílias selecionadas para participar de uma reunião no órgão. A única cobrança é a prestação depois da entrega do imóvel ou mutuário'', explica Oliveira.
Ele também esclarece que os critérios para seleção das famílias são específicos, baseados na renda ou número de membros. ''Não existe 'fazer a fila andar mais rápido'''. A companhia pede que aqueles que tenham sido vítimas levem informações, recibos e outros documentos ao 1º DP.