A nova Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revê a projeção de inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4% para 4,3% no fim do ano. Os números foram divulgados pelo instituto. Segundo o órgão, os alimentos puxarão a inflação em 2008, assim como em 2007.
Após dois meses de retração, o IPCA fechou novembro em 4,2%, impulsionado principalmente pelos alimentos. Esses produtos iniciaram o ano com inflação acumulada em 12 meses de 3%. Em novembro, porém, os alimentos registram aumento de 9% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Para o coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Ipea, Marcelo Nonnenberg, os fatores que contribuíram para elevar os preços agrícolas foram a quebra de safra de alguns produtos no Brasil, a expansão da demanda por produtos alimentícios da China e da Índia e o uso de grãos para a produção de biocombustíveis.
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"Na medida em que os biocombustíveis afetam os preços dos grãos, que constituem a base das rações animais, os preços das carnes também sobem", analisa Nonnenberg.
Na opinião do grupo de conjuntura, toda a inflação em 2008 será bastante influenciada pelos preços dos alimentos. Segundo a economista Maria Andréia Parente, também do GAP, os alimentos puxarão o IPCA no próximo ano. "A alta dos alimentos no Brasil acompanha o quadro mundial", ressaltou.
Outro fator que, segundo Parente, contribuirá para a inflação em 2008 serão os preços administrados, presentes em alguns serviços como telefonia e energia. De acordo com ela, esses preços deverão subir no próximo ano por causa dos altos Índices Gerais de Preços (IGPs) registrados em 2007.
Elaborados pela Fundação Getulio Vargas, os IGPs são usados para corrigir anualmente os preços administrados.