A alta do dólar esfriou os ânimos dos empresários do comércio varejista, que agora apostam em um Natal com menor presença de importados, em comparação a anos anteriores. Este foi um dos fatores que levaram à quase estabilidade do Índice de Confiança do Comércio (Icec) de setembro (0,1%), na análise do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e ex-diretor do Banco Central (BC), Carlos Thadeu de Freitas.
Para Freitas, as incertezas nas economias doméstica e internacional também tornam os empresários do setor mais cautelosos. "Houve uma piora nas expectativas. Temos hoje um medo maior de contaminação, na economia brasileira, da crise lá fora", avaliou.
Mas ainda é cedo para saber se o atual quadro de estabilidade pode se configurar em uma tendência, na avaliação do economista da CNC, João Felipe Araújo. Mesmo com expectativa de crescimento em menor patamar do que o apurado no ano passado, o mercado de trabalho ainda segue operando em níveis elevados, historicamente. Isso, na prática, ajuda manter a demanda doméstica relativamente aquecida, na avaliação do economista.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
No entanto, Araújo fez uma ressalva. A projeção de vendas do comércio para este ano da entidade está oscilando para baixo. "Temos uma estimativa de alta de vendas entre 6% e 6,5% para este ano. Mas agora podemos dizer que está mais para 6% do que para 6,5%", afirmou. Em 2010, as vendas do comércio varejista apuradas pelo IBGE atingiram alta recorde, de 10,9%, contra ano anterior.