O centro de Londrina está sendo literalmente ocupado pelos vendedores ambulantes e outras categorias de trabalhadores informais. A maior concentração acontece nas três quadras da Avenida Paraná (Calçadão) entre o Cine-Teatro Ouro Verde e a Rua Professor João Cândido. Em alguns trechos, os ambulantes ocupam os dois lados da calçada, dificultando o trânsito de pedestres, a maioria apressada. O movimento dos ambulantes se espalha pelas ruas e praças próximas, chegando ao terminal central de ônibus urbano.
Os ambulantes trabalham com uma variedade razoável de mercadorias, mas cada um se ''especializa'' em algum produto ou segmento. Eles vendem CDs e DVDs piratas, iô-iô, carteiras e cintos de couros, brincos com pena ou sem pena, frutas, doces, queijos, rapaduras, roupas, redes, gorros e bonecas, entre outros. Isto sem contar os engraxates, vendedores de bilhetes, sorveteiros que passam pelo local, os ''artistas'' que usam o espaço para suas apresentações, as ciganas, alguns eventuais pedintes - de um lado e dezenas de pessoas de financeiras oferecendo empréstimos - de outro lado.
Para vender seus produtos os ambulantes mostram que podem ser bem ''flexíveis''. Um dos vendedores de mini-antenas, por exemplo, oferece o produto por R$ 35,00, com ''desconto'' cai para R$ 25,00, mas se o consumidor estiver realmente interessado, leva por menos. O mesmo acontece com as redes e outras mercadorias. Junto à uma lona estendida no chão com mais de 200 títulos colocados lado a lado, de forma bem organizada, o vendedor anuncia que três DVDs são vendidos por R$ 10,00. Com o mesmo valor pode-se comprar quatro ou cinco CDs.
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Embora demonstrem uma certa tranquilidade e cordialidade com os clientes, os ambulantes trabalham sob uma forte tensão. Eles ficam o tempo todo de ''antenas'' ligadas contando com a possibilidade de aparecer um fiscal da Prefeitura. E quando isto acontece é correria na certa. Alguns ambulantes evitam contatos até mesmo com a imprensa. Eles reconhecem que a concorrência é grande e está aumentando entre eles mesmos. Mas isto não impede que a notícia da chegada da fiscalização se espalhe com enorme rapidez.
Quando esta reportagem estava sendo produzida no Calçadão, um dos ambulantes passou correndo e avisando os demais que ''os homens estão chegando''. Inúmeros recolheram seus pertences espalhados pelo chão e deixaram o local às pressas, enquanto outros olharam para os lados para confirmar a informação, mas também prontos para saírem correndo. Para ''alívio'', era alarme falso e algum tempo depois eles estavam de volta espalhando suas mercadorias na calçada.