Depois de um fim de semana conturbado nas operações da Gol, o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, afirmou nesta segunda-feira (9) que a multa da companhia aérea já chega a R$ 2,5 milhões - tendo em vista o registro de 250 autos de infração e calculando a multa máxima de R$ 10 mil. Guaranys ainda disse que os representantes da Gol informaram, em reunião hoje na sede da Anac no Rio, que o transtorno foi causado inicialmente pelas condições meteorológicas e agravado por problemas de gerenciamento de tripulantes entre as cidades. A Anac fará uma auditoria para verificar se o quadro de tripulantes é adequado à operação da empresa.
"A Gol perdeu o controle sobre esse gerenciamento", disse Guaranys. Segundo o diretor-presidente, na sexta-feira todas as companhias já haviam normalizado suas operações, com exceção de TAM, com 25% de atrasos, e Gol, com 43%. No sábado, só a Gol ainda registrava problemas, com atrasos em 48% dos voos. A operação só foi normalizada na última madrugada. Segundo a Anac, o ideal é uma taxa de atrasos inferior a 10%.
Segundo o diretor de Operações e Aeronaves da Anac, Carlos Eduardo Pellegrino, desde 2010 a agência levanta dados junto às companhias para verificar o número de tripulantes contratados por cada empresa.
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Com o atraso do final de semana (que atingiu 43% dos voos da Gol no sábado e 48% no domingo), Pellegrino disse que a Anac decidiu auditar a empresa e verificar se os dados repassados estão corretos. Uma das hipóteses levantadas era a de que a Gol havia ficado sem tripulação suficiente após a demissão de funcionários da WebJet, adquirida pela empresa.
De acordo com Guaranys, a Gol informou que opera longe do limite da capacidade da tripulação, mas a Anac optou por fazer a auditoria, que ainda não tem data para ocorrer.
Operação Fim de Ano. A Anac vai se reunir na quinta-feira, 12, em Brasília, com representantes de companhias aéreas, operadores de aeroportos e com o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, para apresentar o Plano de Contingência para a Operação Fim de Ano. A ideia é que as companhias apresentem as medidas que pretendem implementar no período em que os aeroportos enfrentam alta demanda de passageiros.
Segundo Guaranys, o plano prevê reforço no número de tripulantes e o compromisso das aéreas em não praticar overbooking (vender bilhetes acima da capacidade de operação). Em contrapartida, 300 fiscais da Anac reforçarão o contingente de fiscalização em 12 aeroportos. "Tendo falhas, iremos para cima das empresas", disse Guaranys.