O movimento de queda do dólar ante o real visto nas três últimas sessões, por conta da perspectiva de fluxo de recursos de investidores estrangeiros para as ofertas de ações previstas no mercado brasileiro, não se sustentou hoje. O baixo preço que a moeda alcançou, no patamar de R$ 1,78, e a resistência ainda vista no piso de R$ 1,80, impediram que a taxa de câmbio caísse pelo quarto dia seguido.
No mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,45% a R$ 1,79, após oscilar entre a taxa mínima de R$ 1,7765 e a máxima de R$ 1,792. No mês, a moeda acumula baixa de 0,89% e no ano, alta de 2,70%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista cedeu 0,17% e fechou o pregão a R$ 1,779. O euro comercial subiu 1,20% para R$ 2,452.
No segmento de câmbio turismo, o dólar avançou 0,91% e foi negociado em média a R$ 1,887 (venda) e R$ 1,753 (compra). O euro turismo ficou estável a R$ 2,557 (venda) e R$ 2,403 (compra).
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Segundo os operadores de câmbio, o mercado está se antecipando, nos últimos dias, às ofertas públicas de ações. Além dos anúncios da OSX - que sozinha pode movimentar perto de R$ 10 bilhões -, da Renova Energia e BR Properties, há ainda a oferta de ações da Petrobras e uma possível emissão do Banco do Brasil.
Mas, como apontou um operador, "o R$ 1,80 ainda tem uma resistência importante" e os que acreditam nesse patamar devem fazer a divisa voltar a esse nível nos próximos dias. Com as recentes quedas, há também quem acredite que a moeda acabou chegando a um preço atrativo para o comprador. Nos três dias de queda, o dólar comercial havia perdido 2,67%.
O Banco Central manteve a prática diária de adquirir dólares no mercado à vista e, em leilão realizado à tarde, fixou a taxa de corte em R$ 1,7828. Segundo dados da autoridade monetária divulgados hoje, as intervenções do BC no mercado de câmbio à vista somaram US$ 350 milhões no mês passado, bem inferiores aos US$ 1,709 bilhão de janeiro. O fluxo cambial encerrou o mês de fevereiro negativo em US$ 399 milhões, de acordo com o BC. No acumulado de 2010, o fluxo cambial está positivo em US$ 676 milhões.