Pela primeira vez em quatro anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu ontem a taxa básica de juros, a Selic. A queda de 0,25 ponto percentual, para 14%, é considerada tímida, mas mostra a reversão de uma tendência de aumentos quase que sucessivos, que vem desde maio de 2013. O relatório não apresenta viés para a última revisão do ano, marcada para 29 e 30 de novembro, o que indica certo receio sobre a situação econômica do País e do mundo.
A retração da taxa era esperada por analistas de mercado, principalmente depois de divulgada a desaceleração da inflação oficial no início do mês, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro ficou em 0,08%. O motivo foi citado no relatório da reunião de ontem, que aponta que a "inflação recente mostrou-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos".
No entanto, as incertezas sobre o crescimento global e sobre a normalização das condições monetárias nos Estados Unidos deixam a entidade do BC cautelosa. No cenário doméstico, há incertezas sobre a aprovação de ajustes na economia propostos pelo governo federal, bem como expectativa de que os preços continuarão a cair.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
Para o delegado em Londrina do Conselho Regional de Economia (Corecon), Laércio Rodrigues de Oliveira, faltava segurança ao BC para uma redução maior da Selic. "Ao menos sinaliza uma tendência de estabilizar e cair, mesmo sem viés", diz.
Leia mais na [b]edição desta quinta-feira da Folha de Londrina.