A Secretaria de Comércio Interior da Argentina anunciou nesta terça-feira (12) que vai multar a Petrobras e a Shell pela falta de diesel nos postos de combustíveis do país. A decisão foi baseada na chamada Lei de Abastecimento e poderá obrigar a Petrobras a pagar multa de um milhão de pesos (R$ 637 mil).
A Shell deverá pagar multa superior à da Petrobras, também por escassez do produto em sua rede de postos.
Pela Lei de Abastecimento, o governo argentino poderá determinar ainda a prisão dos diretores da empresa, caso a falta do combustível continue sendo registrada pela fiscalização.
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Silêncio
Até a tarde desta terça-feira, a Petrobras ainda não tinha se manifestado sobre a decisão da Secretaria de Comércio Interior, divulgada por meio da agência oficial de notícias argentina, Telam.
Mas no dia primeiro deste mês, quando já surgiam informações sobre a falta do produto no mercado interno argentino, a Petrobras divulgou uma mensagem nos principais jornais do país dizendo que sua produção estava no máximo para atender à demanda.
No anúncio, ela explicava que o consumo subiu 5% no primeiro quadrimestre deste ano frente a igual período do ano passado. E que na mesma etapa ela aumentou em 10% a quantidade de diesel nos seus postos de gasolina no país.
De acordo com assessores da Petrobras, no ano passado e neste também, a empresa importou pelo menos dois barcos de combustíveis para complementar sua produção, insuficiente para atender o consumo.
Ainda segundo fontes da empresa, a empresa possui cerca de 720 postos de combustíveis no país e responde por aproximadamente 13% do mercado de combustíveis argentino.
Crise energética
Com o aumento do frio, nos últimos dias, faltou gás e o governo do presidente Néstor Kirchner determinou que a prioridade do abastecimento fosse para o consumo doméstico.
Na Argentina, os aquecedores são alimentados a energia elétrica (que também faltou nos dias de frio) e gás.
Na opinião de diferentes economistas argentinos, a produção energética é insuficiente para o ritmo do crescimento econômico do país. Para o governo argentino, as empresas deveriam aumentar investimentos no setor para evitar escassez.
Por isso, em março, o ministro do Planejamento, Julio De Vido, ameaçou a Petrobras, dizendo que seus contratos no país "seriam seriamente afetados" se ela não aumentasse seus investimentos na Argentina.
Nesta terça-feira, assessores da Petrobras descartaram que a multa da Secretaria de Comercio Interior possa estar ligada a essas declarações de Julio De Vido.