Cerca de mil pessoas atingidas por barragens de cinco Estados nordestinos - Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia - começaram a ocupar, na manhã de hoje o pátio interno do prédio da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), no Recife.
Eles montam barracas e trouxeram alimentos, dispostos a permanecerem no local até que o governo federal discuta uma série de reivindicações, que vão da discussão do atual modelo energético brasileiro à redução da tarifa de energia - a quinta mais cara do mundo - para trabalhadores e um plano de desenvolvimento para as regiões atingidas pelas barragens.
O movimento é nacional, dentro da jornada de lutas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com atividades semelhantes em Brasília, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Pará e Rio de Janeiro. "O modelo brasileiro privilegia as grandes corporações e empresas e não fortalece a soberania nacional", afirma o dirigente nacional do MAB, José Josivaldo Alves de Oliveira.
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Ao mesmo tempo, destaca ele, deixa ao "Deus dará" as famílias atingidas. Cerca de 200 mil famílias já foram expulsas de suas terras, sem direitos, para a construção de barragens, de acordo com estimativa do MAB. A mobilização conta com o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Sindicato dos Urbanitários.