Os dois bancos públicos que iniciaram a corrida pela redução dos juros em 2012 vão direcionar esforços neste ano para os mercados em que o rival atua. Depois de entrar mais firmemente no financiamento de veículos, o Banco do Brasil (BB) agora tem como meta fatia maior do crédito imobiliário, dominado pela Caixa Econômica Federal. Esta, por sua vez, vai entrar com tudo no setor de carros, segmento em que o BB vem ganhando espaço.
Desde abril, BB e Caixa conduziram um forte processo de corte geral nos juros cobrados em suas linhas, processo cobrado publicamente pela presidente Dilma Rousseff nos primeiros meses de 2012 e, depois que foi iniciado, teve o "reforço" dos demais bancos privados.
Ao todo, os dois bancos públicos viram 6 milhões de novos clientes tomarem empréstimos em suas agências desde então. Ambos registraram, a partir de abril, mais de 250 mil novas contas abertas por mês.
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Ao jornal O Estado de S. Paulo, os principais responsáveis pela estratégia dos dois bancos afirmaram que, neste ano, o objetivo é ganhar mercado em terreno alheio. Segundo Alexandre Abreu, vice-presidente de finanças do Banco do Brasil, o mercado que a instituição "pode e deve" crescer mais é o de crédito imobiliário. O mercado imobiliário brasileiro é dominado pela Caixa, que detém 71,5% do total de crédito no setor. "Este é um mercado cada vez mais competitivo, então não podemos perder o foco. Estamos na briga", disse Márcio Percival, vice-presidente de finanças da Caixa.
Segundo Percival, a grande aposta para 2013, contudo, está no crescimento vigoroso no mercado de veículos. Atualmente a Caixa detém pouco mais de 7% deste mercado, com cerca de R$ 2 bilhões em carteira, mas deseja crescer 3 pontos porcentuais neste ano. A Caixa vai aumentar a sinergia com o banco Panamericano que, até ser adquirido pela estatal em 2009 era um dos principais nomes do segmento.
O financiamento de veículos foi a primeira linha a ter taxas de juros reduzidas pelo BB. "A inadimplência não acompanhou (esse crescimento), porque colocamos no sistema justamente aquele consumidor mais conservador, que só aceitou comprar um carro porque o juro era muito baixo", disse Abreu. Segundo dados do BB, a inadimplência superior a 90 dias na carteira de crédito para veículos caiu de 2,7% em março para 1,2% em novembro - e deve ter fechado o ano em 1,1%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo